Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Orçamento da UE: "Portugal vai ter de se preparar, sobretudo na área da competitividade”

Orçamento da UE: Portugal diz que é “importante garantir fundos específicos para a Agricultura”
Orçamento da UE: Portugal diz que é “importante garantir fundos específicos para a Agricultura” Direitos de autor  Omar Havana/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Omar Havana/Copyright 2025 The AP. All rights reserved
De Ema Gil Pires
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button

Em declarações transmitidas pela RTP, na tarde de quarta-feira, a partir de Bruxelas, o ministro Manuel Castro Almeida advertiu que “as empresas portuguesas vão ter de se preparar para se candidatarem a fundos europeus em [regime de] concorrência com as demais empresas europeias”.

PUBLICIDADE

Em reação à apresentação, por parte do executivo comunitário, da proposta de orçamento da União Europeia para 2028-2034, no valor de dois biliões de euros, o ministro português da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, indicou que a posição do Governo é a de que "é muito importante garantir fundos específicos para a Agricultura, para a PAC [Política Agrícola Comum]”.

Um comentário que surge após a Comissão Europeia ter detalhado aquela que é uma proposta que remodela a estrutura do orçamento tendo por base três pilares principais. Sendo, consequentemente, destinados: 865 mil milhões de euros para a agricultura, as pescas, a coesão e a política social; 410 mil milhões de euros para a competitividade, incluindo a investigação e a inovação; e 200 mil milhões de euros para a ação externa, incluindo 100 mil milhões de euros para a Ucrânia.

Proposta essa que, desde que foi formalizada, tem vindo a gerar alguma contestação entre a maioria dos eurodeputados, devido, nomeadamente, ao que aparenta ser uma fusão entre os fundos de coesão com os destinados à política agrícola numa só categoria.

“O que foi apresentado hoje [quarta-feira] é um princípio e há muito por negociar ao longo de um ano e meio”, destacou o ministro português Castro Almeida, em Bruxelas, sustentando a necessidade de existirem os tais “fundos específicos” para que seja possível estimular o setor agrícola. “Porque, ao final do dia, se não existirem fundos para a Política Agrícola Comum, vão ser os fundos nacionais a apoiar a Agricultura. E, então, aí vamos ter os países mais ricos a ter um tratamento diferente dos países mais pobres”, notou ainda, acrescentando que Portugal poderá “perder” caso isso aconteça.

Ainda sobre a aparente fusão entre as duas tipologias de fundos, Castro Almeida considerou que a “apresentação” feita pelo executivo comunitário na quarta-feira “não deixa claro esse ponto”, já que “junta a PAC à [Política de] Coesão, mas atribui valores mínimos à PAC”. 

Isto é, interpretou o governante, os fundos agrícolas e de coesão poderão passar a ser inseridos, segundo a proposta, “numa roupagem comum”, porém existirá sempre “uma gaveta específica que garante [montantes] mínimos para a Política Agrícola Comum”. O que garante “uma autonomização dos valores” destinados à mesma, tal “como Portugal defende que deve haver”.

“Não faz muito sentido estar a fazer uma opção entre os rendimentos dos agricultores ou construir uma escola ou um hospital. Isto não é opção que se faça. E, portanto, tem de haver uma diferenciação entre os fundos da Política Agrícola Comum e os fundos de coesão”, elaborou o ministro português da Economia e da Coesão Territorial.

Governo assume compromisso de "executar bem os fundos"

Questionado pelos jornalistas sobre se a nova organização dos fundos poderá prejudicar o país, Castro Almeida afirmou que “esse é um exercício que vai depender, também, muito de Portugal”. Tendo elucidado os motivos que o levaram a fazer tal consideração, defendendo que é missão do Governo assegurar um “país que seja competitivo e coeso em simultâneo”: 

“Porque o ponto é este: é preciso que a Europa seja mais competitiva, mas a competitividade tem de abranger todo o país, tem de traduzir coesão territorial. Não há competitividade sustentável se ela não tocar todo o país. E só há coesão se houver competitividade em todo o país. Estão misturadas, competitividade e coesão.”

E no que diz respeito aos valores que o país receberá no âmbito do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) para o período 2028-2034, o ministro notou que a Comissão Europeia ainda “não apresentou” o montante destinado a cada país, pelo que não é possível dizer “se Portugal vai receber mais ou receber menos do que no passado”.

No entanto, “aquilo que parece evidente é que vai haver maior competição e que, portanto, Portugal vai ter de se preparar, sobretudo na área da competitividade”. Ou, por outras palavras, “as empresas portuguesas vão ter de se preparar para se candidatarem a fundos europeus em [regime de] concorrência com as demais empresas europeias”. 

Descrevendo-o como um “trabalho sério” que o Governo da AD tem “de fazer a partir de agora”, perante um modelo de atribuição de fundos que vai ser “mais competitivo”, é necessário que o país se prepare “para investir bem”, de modo a que estes “deem resultados” que se traduzam “em melhores condições de vida para as pessoas”.

E concluiu o governante, fazendo uma breve alusão, inclusive, aos fundos europeus que estão agora a ser empenhados, nomeadamente no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR): “Sejam os fundos atuais, sejam os do futuro, nós temos de nos aplicar em executar bem os fundos, em investi-los e não em gastá-los.” 

Nas palavras da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em causa está uma proposta que “responde aos desafios” e “corresponde à ambição da Europa”, reforçando a sua independência face a atores externos. Algo que se materializa pelo aumento no valor global do orçamento face ao anterior Quadro Financeiro Plurianual, passando de 1,21 biliões de euros para dois biliões de euros. 

O projeto prevê novos impostos, a nível europeu, sobre os resíduos elétricos, o tabaco e os lucros das empresas, de modo a que a União Europeia possa obter receitas adicionais, que irão juntar-se às contribuições diretas dos Estados-membros (a principal fonte de financiamento) de modo a sustentar o orçamento. 

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

UE pretende triplicar taxa de entrada para visitantes isentos de visto de curta duração

Flotilha em águas internacionais. Navios militares da UE proibidos de responder a ataques

Polónia e forças aéreas aliadas em alerta máximo após ataque à Ucrânia