No início deste mês, durante a visita a Washington de Mark Rutte, secretário-geral da NATO, Trump disse que tinha dado à Rússia 50 dias para chegar a um acordo de paz ou enfrentar o que, segundo ele, seriam sanções económicas "muito severas".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira, durante a sua visita ao Reino Unido, que vai reduzir o prazo de 50 dias que estabeleceu anteriormente para a Rússia concordar com um acordo de paz na Ucrânia, destacando a sua crescente frustração com a guerra em curso.
"Estou desiludido com o presidente Putin", disse Trump em comentários ao lado do primeiro-ministro britânico Keir Starmer na Escócia.
Trump reforçou que sempre falou muito com Putin e que se deram muito bem mas que nas suas costas "começa a lançar rockets para uma cidade, como Kiev, e mata muitas pessoas num lar de idosos ou em qualquer outro lado, há corpos espalhados pela rua", diz.
O presidente dos EUA vangloriou-se várias vezes na campanha presidencial de que poderia acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia "num dia" e que este perto de chegar a um acordo de cessar-fogo cinco vezes, mas um acordo final permaneceu ilusório.
Enquanto alguns acreditam que a imposição de tarifas rigorosas a Moscovo poderia ser um fator de mudança, o adiamento para setembro foi visto por outros como sendo demasiado longo.
A Rússia está a fazer um esforço de verão para ultrapassar a linha da frente de mil quilómetros, e os seus drones e mísseis estão a martelar as cidades ucranianas mais do que em qualquer outra altura nos últimos três anos.
Para a Rússia, o adiamento de novas sanções por parte de Trump é um alívio.
O esgotado exército ucraniano tem vindo a perder mais território, mas segundo os analistas não há sinais de um colapso iminente da linha da frente.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, disse que falou com Trump na segunda-feira, expressando gratidão pela decisão de enviar mais mísseis de defesa aérea Patriot, que são vitais para as cidades ucranianas. "Discutimos (...) as medidas e decisões necessárias para proporcionar maior proteção às pessoas contra os ataques russos e reforçar as nossas posições", disse Zelenskyy no Telegram.
"Concordámos em falar mais vezes e coordenar os nossos passos no futuro", pode ler-se.