O leopardo das neves voltou a ser visto no Afeganistão

O leopardo das neves voltou a ser visto no Afeganistão. O felino solitário faz parte da lista de espécies ameaçadas de extinção mas tem sido alvo de um esforço de preservação. Estima-se que cerca de cem animais vivam agora em regiões remotas do distrito de Wakhan, no nordeste do Afeganistão.
Desde a chegada da sociedade de proteção da vida selvagem e da proibição da caça, o número de animais selvagens cresceu e há mais turistas interessados em visitar a região.
“Os animais selvagens costumavam matar muito gado mas esse problema tem sido em parte resolvido e nos últimos três anos mão tivemos problemas causados pelos animais selvagens”, explicou Sayed Naqibullah, responsável da organização da proteção da vida selvagem WCS.
O plano de preservação da espécie passa pela construção de currais para o gado. Desde 2002, é proibido caçar o leopardo das neves, mas, a proibição não é respeitada.
“Recebemos relatórios de todas as províncias que dizem que a caça continua ilegalmente, devido à pobreza, por ser uma atividade de lazer ou para vender a pele a preços elevados nos mercados”, afirmou Mostapha Zaher, diretor da Agência Nacional de Proteção do Ambiente do Afeganistão.
Nas escolas da região, os alunos aprendem a importância da preservação da espécie. “Desde a chegada da sociedade de proteção da vida selvagem e da proibição da caça, o número de animais selvagens cresceu e há mais turistas interessados em visitar a região”, disse a estudante afegã Simah.
Cientistas afegãos e estrangeiros passaram meses em regiões remotas a monitorizar o leopardo das neves. Obtiveram cerca de 5000 imagens e conseguiram colocar uma coleira GPS em quatro animais.
“É um novo conceito para a população do Afeganistão. Leva tempo a integrar. As pessoas começam a perceber que não vão perder um bocado de terra ou outras ideias absurdas. Isso é o mais importante”, afirmou Ashley Vosper, especialista da WCS.
O leopardo das neves é a maior atração do Parque Nacional de Wakhan, uma das regiões mais pobres e isoladas do mundo. O objetivo das autoridades é investir no ecoturismo.
“Esta região tem um enorme potencial em termos de ecoturismo, nomeadamente para as pessoas interessadas em arqueologia e antropologia. É interessante para os cientistas que estudam o Afeganistão, para os montanhistas ou para quem se interessa pelas questões ambientais”, acrescentou o diretor da Agência Nacional de Proteção do Ambiente do Afeganistão.
O Parque Nacional de Wakhan recebe cerca de cem visitantes por ano.