Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

O que é o Pantsir-S1, o sistema de mísseis que alegadamente abateu o voo 8243 da Azerbaijan Airlines?

O sistema de defesa aérea russo Pantsir S é exibido durante exercícios conjuntos de defesa aérea no aeroporto militar de Batajnica, perto de Belgrado, na Sérvia.
O sistema de defesa aérea russo Pantsir S é exibido durante exercícios conjuntos de defesa aérea no aeroporto militar de Batajnica, perto de Belgrado, na Sérvia. Direitos de autor  Serbian Presidential Press Service via AP
Direitos de autor Serbian Presidential Press Service via AP
De Anna Desmarais
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button

A Euronews Next analisa o sistema de mísseis Pantsir-S1 que terá estado na origem da queda do voo 8243 da Azerbaijan Airlines.

PUBLICIDADE

Fontes próximas da investigação sobre a queda do voo 8243 da Azerbaijan Airlines, a 25 de dezembro, acreditam que este foi abatido por um sistema de defesa aérea russo Pantsir-S1 trazido da Síria.

Um míssil foi disparado contra o voo 8243 enquanto havia atividade de drones sobre a cidade de Grozny, na Chechénia, explodindo junto ao avião em pleno voo e enviando estilhaços que atravessaram a cabina, atingindo os passageiros e a tripulação.

Na altura, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, culpou a Rússia pelo abate do avião, embora tenha admitido que o mesmo poderá não ter sido intencional.

As notícias da investigação foram divulgadas em exclusivo na Europa pela Euronews na sexta-feira. À luz destas alegações, a Euronews Next explica o que sabemos sobre o sistema de mísseis Pantsir-S1.

O que é o sistema de mísseis Pantsir?

O sistema de mísseis Pantsir - ou SA-22 Greyhound, como é conhecido pela NATO - é uma família de sistemas de mísseis terra-ar autopropulsionados de médio alcance.

Concebido pela primeira vez na década de 1990 pelo Instrument Design Bureau em Tula, Rússia, o sistema de mísseis é a "proteção perfeita para qualquer objeto", de acordo com a ROE, a agência estatal responsável pela exportação de armas russas.

O sistema combina armas de mísseis e armas de fogo com a "capacidade de um veículo de combate" para "atacar uma ampla classe de armas de ataque aéreo", como aviões, mísseis e armas de alta precisão enquanto ainda estão em movimento.

A ROE diz que o sistema de mísseis tem um alcance de até 20 km e pode disparar contra alvos até 15.000 metros de altitude, enquanto os canhões têm um alcance de até 4.000 metros e podem atingir alturas de até 3.000 metros.

A melhor utilização para esta arma é em pequenas instalações militares, administrativas e industriais, afirma a ROE. O sistema foi igualmente concebido para reforçar as unidades de defesa aérea russas contra "ataques aéreos maciços".

Existe uma versão móvel do Pantsir S-1 que inclui um veículo de combate com um máximo de seis veículos numa bateria, armas que podem disparar munições de 30 mm e um veículo transportador-carregador.

Um sistema de mísseis russo Pantsir danificado na Ilha da Serpente, no Mar Negro, na Ucrânia, no domingo, 18 de dezembro de 2022.
Um sistema de mísseis russo Pantsir danificado na Ilha da Serpente, no Mar Negro, na Ucrânia, no domingo, 18 de dezembro de 2022. Michael Shtekel/AP

Como é que a arma mudou ao longo do tempo?

Os russos afirmam que o míssil Pantsir é frequentemente utilizado para abater mísseis e aviões de combate ucranianos.

Em particular, os sistemas de mísseis foram utilizados contra mísseis ATACMS ucranianos disparados numa tentativa de ataque na região de Belgorod, na Rússia, a 3 de janeiro, de acordo com a agência noticiosa estatal russa TASS.

Os russos modificaram várias vezes o sistema de artilharia para atender às suas necessidades na invasão da Ucrânia.

A última modificação, apresentada pelos russos no Fórum Militar e Técnico Internacional do Exército 2024 em agosto, está equipada com mini-mísseis para derrotar drones e torná-la mais eficiente durante ataques aéreos, segundo a TASS.

O Pantsyr-SM-SV, outra versão do sistema, está montado num chassis com lagartas, o que permite que o sistema proteja as tropas terrestres russas quando estas marcham na neve e em terrenos acidentados, segundo a TASS .

De acordo com a empresa russa Rostec, está também a ser testado um míssil mais compacto para este sistema de defesa aérea que atacará especificamente os drones.

Os russos também atualizaram anteriormente o software do sistema Pantsir para ser mais eficaz a abater os mísseis HIMARS dos EUA e os mísseis de cruzeiro Storm Shadow do Reino Unido.

Na altura, isso incluía armar o sistema de artilharia com 12 mísseis terra-ar e dois canhões antiaéreos que disparam cerca de 5.000 balas por minuto.

O sistema Pantsir também possui um sistema de imagem térmica para que os artilheiros possam ver se existem explosivos ligados a qualquer aeronave que esteja a tentar atacar, de acordo com informações da TASS.

A Rússia não é o único país que utiliza o Pantsir como parte da sua resposta militar. A Argélia, a Etiópia, o Iraque, a Líbia, os Emirados Árabes Unidos e a Sérvia também o utilizam, de acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Míssil Pantsir abateu voo da Azerbaijan Airlines, revela investigação russa

Fotografias mostram indícios de ataque externo ao avião da Azerbaijan Airlines

Exclusivo: investigação preliminar confirma que míssil russo sobre Grozny causou a queda do avião