Kyivstar diz que vai oferecer conetividade à Internet a partir de satélites diretamente para telemóveis em meados de 2026, depois de ter fechado um acordo com a Starlink de Elon Musk.
Um operador móvel ucraniano afirma ser a primeira empresa na Europa a testar a Internet via satélite que chega diretamente a um telemóvel.
A Kyivstar anunciou no início deste mês que os testes de ligação direta ao telemóvel (DTC) tinham começado com a SpaceX de Elon Musk, a empresa-mãe da Starlink.
Durante o teste, os telemóveis com redes 4G ou LTE ligaram-se diretamente a um satélite em órbita para poderem enviar e receber mensagens de texto.
A eventual parceria com a Starlink dará aos ucranianos acesso à Internet nos chamados "pontos brancos", regiões que não têm cobertura móvel tradicional, incluindo zonas montanhosas e rurais.
A empresa afirmou que a ligação DTC é "especialmente importante em tempo de guerra, quando as infraestruturas podem ser danificadas ou podem ocorrer cortes de energia".
Oleksandr Komarov, diretor executivo da Kyivstar, confirmou à Reuters que as ligações móveis Starlink estarão disponíveis em meados de 2026.
A Starlink tem sido utilizada por militares e civis ucranianos desde março de 2022, quando Musk concordou em enviar kits de ligação à Internet diretamente para as casas.
No entanto, a utilização da Starlink durante a guerra foi recebida com reações negativas. Foi noticiado em fevereiro que Musk teria ameaçado desligar os satélites se a Ucrânia não fizesse um acordo com os Estados Unidos sobre minerais críticos. Mais tarde, Musk negou as afirmações, dizendo que a Starlink "nunca irá desligar os seus terminais" na Ucrânia.
A Euronews Next contactou a SpaceX e a Kyivstar, mas não obteve uma resposta imediata.
Alternativas europeias à Starlink
As autoridades europeias têm estado a testar várias empresas para ver se podem substituir a Starlink de Musk na Ucrânia. Em março, a Euronews Next noticiou que o operador de satélites Eutelsat estava em conversações para aumentar a sua capacidade de satélite na Ucrânia, em resposta às ameaças de Musk.
A empresa franco-britânica tem mais de 630 satélites em órbita terrestre baixa em todo o mundo, que oferecem as "mesmas capacidades" que a Starlink em termos de cobertura e tempo de resposta, disse um porta-voz. A Eutelsat já está a ser utilizada na Ucrânia para "apoiar as comunicações governamentais e institucionais", acrescentou a empresa.
Outra alternativa que a Europa está a considerar é o projeto IRIS2, uma rede de 290 satélites em órbita terrestre baixa e média que poderá oferecer serviços de transmissão ultrarrápida aos utilizadores.
Christophe Grudler, relator do projeto no Parlamento Europeu, disse anteriormente à Euronews que o IRIS2 deveria estar operacional em 2028, dois anos antes da data de lançamento inicial de 2030.
Não ficou imediatamente claro se a expansão da Starlink iria afetar esses planos. A Euronews Next contactou a Eutelsat e o consórcio responsável pelo IRIS2, mas não obteve resposta imediata.