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Reguladores da UE alertam para tratamentos contra o cancro não comprovados anunciados online

Duas pessoas dão-se as mãos.
Duas pessoas dão-se as mãos. Direitos de autor  Canva
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De Gabriela Galvin
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O alerta surge após os relatos de que estão a ser oferecidas terapias não regulamentadas diretamente aos doentes, possivelmente de forma ilegal.

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Os reguladores europeus de medicamentos estão a alertar para as práticas ilegais de clínicas e empresas duvidosas, que prometem curas milagrosas para o cancro e outras doenças.

O aviso da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e das autoridades reguladoras nacionais centrou-se nos novos tratamentos, supostamente inovadores, que utilizam genes, tecidos ou células, como terapias genéticas ou as chamadas vacinas contra o cancro.

Na União Europeia, estes medicamentos - conhecidos como medicamentos de terapia avançada (ATMP) - só podem ser facultados se tiverem sido autorizados pela EMA, se estiverem a ser administrados no âmbito de um ensaio clínico ou se uma agência nacional tiver dado uma autorização especial.

Mas, ultimamente, várias clínicas e empresas têm vindo a comercializá-los diretamente aos doentes sem provas de que funcionam ou são seguros - e sem a aprovação dos reguladores, segundo a EMA.

A agência chamou especificamente a atenção para as terapias com células dendríticas, que podem ser utilizadas para ativar o sistema imunitário do organismo e atacar as células cancerígenas. Este tipo de medicamento faz parte de uma classe de tratamentos habitualmente designados por "vacinas contra o cancro".

As terapias alegadamente ilegais são muitas vezes anunciadas online ou nas redes sociais "como uma última esperança, explorando as preocupações dos doentes e das suas famílias", afirmou a EMA.

Como não existe uma supervisão oficial para estes medicamentos, acrescentou a agência, podem estar contaminados por terem sido fabricados de forma inconsistente ou mal armazenados - e até causar efeitos secundários graves sem melhorar a saúde dos doentes.

"Os pacientes podem também enfrentar custos financeiros substanciais e sofrimento emocional devido a tratamentos ineficazes ou prejudiciais", afirmou a EMA.

Autoridades reguladoras estão a trabalhar para "reprimir" os tratamentos não comprovados

Não é a primeira vez que a agência alerta os doentes contra possíveis fraudes médicas.

Em 2020, afirmou que as pessoas deveriam ser céticas em relação a hospitais e empresas que promovem terapias baseadas em células não comprovadas para o cancro, doenças cardiovasculares, autismo, paralisia cerebral, distrofia muscular e perda de visão.

Recentemente, as preocupações dos reguladores foram "reacendidas por casos recentes em que essas terapias não comprovadas foram oferecidas aos doentes em vários países europeus", disse um porta-voz da EMA à Euronews Health.

O porta-voz citou uma investigação internacional publicada no ano passado sobre uma empresa espanhola que ganhou milhões de euros com a venda ilegal de tratamentos com células dendríticas a centenas de doentes com cancro em toda a Europa.

A agência instou as pessoas a denunciarem quem esteja a vender tratamentos clandestinos às autoridades nacionais e disse que estava a trabalhar com a polícia em vários países para "reprimir" estas práticas.

Segundo a EMA, há vários sinais de alerta de que um medicamento não está regulamentado, incluindo uma empresa ou clínica que o rotula como "experimental" mas que o oferece fora de um ensaio clínico.

Em resumo, este é o alerta da EMA: "Cuidado com os tratamentos anunciados na Internet e nas redes sociais".

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