O estudo concluiu que nem todas as formas de exercício são igualmente benéficas quando se trata de reduzir o risco de morte devido a vários problemas de saúde.
De acordo com um novo estudo, as pessoas que passam de um estilo de vida inativo para um estilo de vida ativo na idade adulta podem reduzir os riscos de mortalidade em 22%.
Especialistas em saúde, cientistas e organizações médicas concordam que a atividade física é benéfica tanto para o corpo como para a mente, mas o que tem sido menos claro é exatamente o quanto o exercício ajuda, quais os padrões de atividade mais eficazes e em que fases da vida são mais importantes.
O novo estudo publicado no British Journal of Sports Medicine (BJSM) procurou responder a estas questões, identificando a forma como a atividade física durante a idade adulta pode influenciar o risco de morte por doença cardíaca, cancro e outros problemas de saúde.
Os investigadores analisaram dados de 85 estudos de diferentes dimensões. O número de participantes por estudo variou entre 357 e mais de 6,5 milhões de participantes.
Globalmente, a análise concluiu que a prática de exercício físico na idade adulta pode trazer benefícios significativos para a saúde, reduzindo o risco de mortalidade em 20% a 40%.
Especificamente, os adultos que são regularmente ativos podem reduzir estes riscos até 30% a 40%.
Mesmo aqueles que passam de um estilo de vida inativo para um estilo de vida ativo podem reduzir o risco de morte por qualquer causa em cerca de 22%.
Algumas formas de exercício físico têm mais benefícios para a saúde do que outras
O exercício físico não parece reduzir igualmente todos os riscos para a saúde. Por exemplo, foi associado a um risco 30 a 40 por cento inferior de morte por doença cardíaca, mas as ligações à mortalidade por cancro são menos claras.
Curiosamente, nem todos os tipos de exercício tiveram o mesmo efeito na saúde dos adultos.
O estudo sugere que os adultos que praticam exercício físico no seu tempo livre podem reduzir os seus riscos de saúde mais do que as pessoas que são activas por acaso no trabalho ou em casa.
A complexa relação entre a aptidão física e os riscos para a saúde
Alguns especialistas defendem que a relação entre a aptidão física e o risco de mortalidade é um pouco mais complexa do que o último estudo sugere.
"Com base neste tipo de estudos, não podemos dizer com muita confiança até que ponto este menor risco de mortalidade se deve às diferenças de atividade ou a outros factores que diferem", disse Marcel Ballin, que investiga a atividade física e a saúde na Universidade de Uppsala, na Suécia, à Euronews.
Entre esses fatores podem incluir-se a genética e as exposições ambientais que influenciam a saúde e o bem-estar das pessoas.
Por exemplo, um estudo publicado no European Journal of Epidemiology no início deste ano concluiu que a genética desempenha um papel significativo no risco de mortalidade. Embora a atividade física seja relevante, a longevidade reflecte a saúde geral das pessoas e não apenas esse fator, segundo o estudo.
Ballin sugere que as últimas descobertas devem ser analisadas com cautela: "O que podemos dizer é que, se pertencermos a um grupo mais ativo do que a média e formos consistentemente activos ou aumentarmos a nossa atividade ao longo do tempo, isso parece ser bom para o nosso risco de mortalidade", afirmou. "Mas temos de ter mais cuidado ao atribuir a redução da mortalidade à atividade em si", acrescenta.