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Regeneração dentária em vez de implantes: investigação científica anuncia uma mudança radical nas práticas tradicionais

Um dentista examina uma criança no Riley Children's Hospital em Indianápolis, EUA.
Um dentista examina uma criança no Riley Children's Hospital em Indianápolis, EUA. Direitos de autor  Michael Conroy/AP
Direitos de autor Michael Conroy/AP
De يورونيوز
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Numa descoberta médica que poderá revolucionar o mundo da medicina dentária, os cientistas estão a abrir a possibilidade de regenerar os dentes naturais, o que poderá fazer com que os implantes dentários e as próteses sejam uma coisa do passado nos próximos anos.

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Num avanço médico que poderá revolucionar a medicina dentária, os cientistas estão a estudar a possibilidade de regenerar os dentes naturais, o que poderá tornar os implantes dentários e as próteses obsoletos nos próximos anos.

As estatísticas mostram que 7% dos adultos com mais de 20 anos e 23% dos idosos perderam todos os dentes naturais. Apesar dos avanços nas técnicas de substituição, a cirurgia de implantes dentários continua a ser a solução mais comum, apesar das desvantagens, como o desconforto e um maior risco de infeção ao longo do tempo. Atualmente, o sonho de restaurar os dentes naturais já não é impossível.

A ideia de estimular o crescimento dos dentes naturais em vez de os substituir foi concebida há cerca de 20 anos pelo biólogo britânico Paul Sharp e, desde então, equipas científicas de todo o mundo têm trabalhado para a tornar realidade, segundo a revista New Scientist.

Ali Hariri e a assistente dentária Fidis Murillo tratam uma criança em Phoenix, a 14 de março de 2006.
Ali Hariri e a assistente dentária Fidis Murillo tratam uma criança em Phoenix, a 14 de março de 2006. KHAMPHA BOUAPHANH/AP

Na Universidade de Tufts, em Boston, nos EUA, a ortodontista Pamela Yelick realizou um estudo pioneiro no qual células de dentes de porco foram transplantadas para a boca de ratos, utilizando moldes especiais. Após algumas semanas, nasceram dentes verdadeiros, compostos por dentina e esmalte. No entanto, continua a ser um desafio reproduzir com exatidão a estrutura e a função de um dente humano.

Sharp e a sua equipa concentraram-se no estudo da sinalização química entre células adultas, na esperança de conseguirem reiniciar o "programa embrionário" de formação dos dentes. Embora os resultados laboratoriais sejam promissores, ainda não foram alcançados na prática clínica.

Genes raros e técnicas precisas

Esta descoberta baseia-se numa interação complexa entre dois tipos de células: A célula epitelial, que produz o esmalte, e a célula mesenquimal, que produz a dentina e a polpa. As células epiteliais só estão presentes em crianças, mas a tecnologia iPSC pode restaurar as células adultas ao seu estado original, abrindo uma potencial via de tratamento, embora o custo seja atualmente proibitivo em comparação com os implantes dentários.

Algumas equipas de investigação inspiraram-se em mutações genéticas raras: as pessoas com displasia craniofacial (DCF), uma doença genética que afeta os dentes e os ossos, têm dentes a mais devido a um gene RUNX2 defeituoso.

Cientistas japoneses conseguiram estimular o crescimento de dentes em ratos ao interromperem o gene USAG-1 com anticorpos, o que constitui uma proeza sem precedentes e permitirá iniciar os primeiros ensaios clínicos em humanos em 2024.

A Toregem Biopharma, fundada por Katsuo Takahashi e por investigadores da Universidade de Quioto, pretende lançar um medicamento que promova o crescimento dos dentes até 2030, destinado especificamente a crianças com perda dentária congénita.

Embora a maioria dos desafios técnicos tenha sido superada, o principal obstáculo continua a ser a falta de financiamento. Paul Sharp receia que este progresso científico promissor possa ser travado pela relutância dos investidores e das empresas farmacêuticas em apoiar a investigação, visto a falta de financiamento impedir a realização de ensaios clínicos em larga escala em seres humanos e atrasar a introdução destes tratamentos no mercado.

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