Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Aumenta a tensão no Egito

Aumenta a tensão no Egito
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
PUBLICIDADE

Sentia-se o peso da ameaça há muitos dias. As forças de segurança egípcias acabaram por passar à ação para dispersar os apoiantes de Morsi. Uma operação que se transformou num banho de sangue e que provocou dezenas de mortos entre os manifestantes. O governo, apoiado pelo exército, acusa-os de terrorismo e de armazenarem armas automáticas nas duas praças que ocupavam. O assalto dá-se ao fim de mês e meio de um braço de ferro entre o exército e a Irmandade Muçulmana.

No dia 3 de julho, na Praça Tharir, milhares de egípcios celebraram o anúncio da destituição e detenção do presidente islamista, depois de um ano no cargo. Foi acusado de reconsolidar o próprio poder sem nada fazer pela economia.

Quando foi nomeado por Morsi, o general Abdel Fattah al-Sissi, comandante em chefe das Forças Armadas e ministro da Defesa, passou a ser o homem forte do país.O governo interino prometeu a realização de eleições no princípio de 2014 e garantiu que a Irmandade Muçulmana podia participar na transição. Mas os muçulmnos recusaram imediatamente o diálogo com as autoridades, que qualificaram de ilegítimas.

A tensão aumentou desde então, entre os apoiantes de Morsi e as forças da ordem.

No dia 8 de julho, uma ação do exército contra os manifestantes de Morsi, em Nasr City, no Cairo, causou 57 mortos e 480 feridos. A Irmandade Muçulmana denunciou um massacre e apelou à revolta. O exército incriminou os “terroristas armados” da autoria de um atentado contra a sede da Guarda Republicana.

Depois da queda de Mohamed Morsi, mais de 300 pessoas morreram nestes violentos confrontos em todo o país.

O correspondente da euronews no Cairo, Moahhamed Shaikhibrahim, especifica melhor o que se passa atualmente.

Riad Mouasses – Mohammed, como se pode descrever o ambiente na praça de Rabaah al-Adawiya, de onde acabas de chegar?

Mohammed Shaikhibrahim – Até agora, as forças da ordem egípcias estão a terminar a dispersão e limpeza da praça onde ainda se ouvem tiros de ambas as partes, entre ativistas da Irmandade Muçulmana e as forças da ordem. Recolhemos imagens e som dessa troca de tiros e temos testemunhas que afirmam que os primeiros tiros vieram do interior da praça, da Irmandade Muçulmana, o que obrigou os militares a ripostarem. O resultado foi um grande número de mortos e de feridos nestes confrontos.

Riad – Algumas informações indicam que as duas filhas dos líderes islâmicos, Al Chater e Beltagui, morreram nos confrontos. Tens a confirmação?

Mohammed – Sim, as últimas informações que recolhi na praça, antes de chegar aqui, confirmam a morte das filhas de Al Chater e de Beltagui.

Riad – Também temos informações de que os ativistas da Irmandade Muçulmana que partiram das duas praças estão a juntar-se noutros locais, como a rua de Mohammed Mahmoud. Estes movimentos confirmam-se?

Mohammed – Os membros da Irmandade Muçulmana, dispersaram à força da praça Al Nahda e estavam a ir para a praça Rabaah al-Adawiya, onde pretendiam dar força aos correlegionários que lá se encontravam. Mas as forças da ordem impediram-nos, barrando-lhes o caminho.

Riad – É verdade que o exército declarou o estado de emergência e impôs o recolher obrigatório?

Mohammed – É verdade que os analistas políticos aqui no Cairo, assim como os especialistas em segurança, salientaram já estas medidas, como a imposição do recolher obrigatório, para acalmar os ânimos, restaurar a segurança e acabar com as concentrações e manifestações que se deslocam constantemente. É uma reação às ações dos islamistas nas duas praças, Rabaah al-Adawiya e Al Nahda.

Riad – Será que já se pode fazer uma ideia sobre o que se vai passar entre a Irmandade Muçulmana e o exército?

Mohammed – Na realidade, quando passámos as primeiras linhas da praça Rabaah al-Adawiya, vimos que os ativistas da Irmandade Muçulmana estavam para ficar e quando os questionámos eles confirmaram a intenção de ali se manterem até à morte, se necessário for. Não querem deixar a praça sob qualquer pretexto e ameaçam agir ainda com mais firmeza contra as forças da ordem, pelo menos aqui no Cairo. A situação parece ser de intensificação e não de apaziguamento, nas próximas horas.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

200 mil manifestantes saem às ruas em protesto em França

Tribunal de recurso bloqueia decisão de devolver controlo da Guarda Nacional à Califórnia

Trump envia dois mil militares da Guarda Nacional para controlar protestos sobre a imigração em LA