Egito limita direito à manifestação

Egito limita direito à manifestação
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
PUBLICIDADE

No dia 24 novembro, o presidente interino egípcio promulgou uma lei que enquadra o direito de concentração em espaços públicos. Depois dissso, nenhuma manifestação foi autorizada no Egito.
A lei obriga os organizadores a informar as autoridades, três dias úteis antes de qualquer evento nesse sentido. Devem fornecer todas as coordenadas, local, trajeto e as reivindicações, em detalhe.

Um dia depois desta controversa reforma, muitos egípcios foram para a rua criticar a interdição:
“É uma lei criminosa, repressiva, tirânica e idiota. Um poder que pensa governar um país de um modo tão ridículo, depois de três revoluções, é um poder que não merece governar nem mesmo existir” foi o que disse um dos militantes do movimento laico da juventude há 10 dias ….

Hoje, esse manifestante, Ahmed Douma está preso no Cairo. A polícia acusa-o de organizar manifestações ilegais. É a terceira detenção deste tipo numa semana. As ONG’s acusam o governo de querer limitar as conquistas da revolta popular.

O advogado e ativista dos direitos humanos, Mohammed Zarei, confirma:

“É verdade que a imposição influencia a liberdade de expressão e de opinião assim como o direito dos cidadãos. Quer isto dizer que o ministério do Interior tem demasiados poderes e que, se abusar, regressamos a um Estado policial, como antes”.

O ministério do Interior justifica as medidas com a luta contra o terrorismo e a tentativa de pôr um termo no caos em que o país mergulhou desde o regime da Irmandade Muçulmana.

O General Mohammed Zaki, assessor do ministro do Interior, declara:

“O Estado tem o direito de proteger as suas instituições e proteger os manifestantes durante os protestos, tendo em consideração que se deve distinguir entre a manifestação, a greve e a ocupação de edifícios públicos e a sabotagem”.

De acordo com esta lei, o ministério do Interior detém e leva a tribunal todos os que violam a lei, para decidir se ficam presos ou pagam uma multa.

O correspondente da euronews, Mohammed Shaikhibrahim, explica:

“A nova lei das manifestações coloca o governo em confronto direto com os movimentos revolucionários, que incluem liberais e laicos, levando uma maioria a retirar o apoio ao governo, o que pode dar mais força aos islamitas por uma questão de solidariedade”.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Ativista russo faz campanha na Arménia

Luís Montenegro atingido com tinta verde por ativistas do clima

Itália castiga "eco-vandalismo" com multas até 60.000 euros