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África do Sul: E depois de Mandela?

África do Sul: E depois de Mandela?
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De Euronews
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O Mundo inteiro está a celebrar Nelson Mandela. Verdadeiro ícone global, para alguns ele foi um dos últimos grandes homens. Morreu quinta-feira, 5 de dezembro e é, naturalmente, África do Sul que esse desaparecimento mais está a ser sentido. Mas de uma forma muito particular.

Acabado de chegar a Joanesburgo, está o enviado especial da euronews à África do Sul, François Chignac.

euronews – Que imagem mais o impressionou depois de chegar aí?

François Chignac, enviado especial à África do Sul – Acima de tudo, a imagem de uma enorme comunhão. É verdade que o país está de luto, mas este é um luto alegre. As pessoas não estão tristes. Elas juntam-se na rua, cantam em grupo, dançam, tiram fotografias, abraçam-se. Estão em verdadeira comunhão. Por isso, não é, de todo, um luto triste, o que vimos, por exemplo, junto à última casa de Mandela, em Houghton. A polícia montou barreiras para impedir os carros de se aproximarem demais (da casa) e até essas grades estão agora cobertas de flores. As pessoas estão a erguer altares, rodeiam-nos de velas e deixam mensagens. Elas cantam e dançam nesta derradeira homenagem a Mandela.

euronews – O que dizem as pessoas na rua sobre o futuro? Admitem que a África do Sul poderá ter um antes e um depois da morte de Mandela? Pode, o desaparecimento deste símbolo da democracia, fragilizar o país?

François Chignac, enviado especial à África do Sul – A situação do país esta longe de ser a ideal. A taxa de desemprego jovem é muito elevada, cerca de 25 por cento, e o partido no poder, o ANC (Congresso Nacional Africano), tem sido terrivelmente criticado. Não nos podemos esquecer aqui que, em 2014, haverá eleições e há uma nova geração, uma geração que não viveu no Apartheid, que já vai poder votar. E, pelo que se percebe, eles não vão votar no ANC. Por isso, o que poderá acontecer depois de Mandela? Haverá um homem ou uma mulher que vão continuar a elevar a bandeira de Mandela. Mas as dúvidas não se resumem aos sul-africanos. Todo o Mundo começa a questionar-se e a inquietar-se sobre o futuro.

euronews – A África do Sul tem pela frente muitos desafios importantes. Sobretudo, a luta contra a pobreza. Será este, de facto, o país mais desigual do Mundo? Poderá o espírito Mandela mudar isso?

François Chignac, enviado especial à África do Sul – É verdade, temos de sublinhar as desigualdades que aqui existem. Elas existem entre brancos e negros; entre os jovens e o resto da população. Mas também entre os estrangeiros e o resto do país. Não nos podemos esquecer também que, em 2008, o país foi ensombrado pelo que parecia ser o caos. Registaram-se casos de violência muito graves contra os imigrantes que chegavam à África do Sul oriundos do Zimbabué ou da vizinha República Democrática do Congo. Essas pessoas foram vítimas de violência e são esse tipo de casos que levam haver receio pelo futuro: Será que a morte de Mandela e esta nova era não poderão levar o país a cair no caos?

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