Os franceses em estado de choque saem para a rua num movimento espontâneo de condenação ao ataque armado contra o semanário satírico Charlie Hebdo
Os franceses em estado de choque saem para a rua num movimento espontâneo de condenação ao ataque armado contra o semanário satírico Charlie Hebdo. Milhares de pessoas manifestam-se nas principais cidades do país. Na capital contam-se mais de 35 mil, poucas horas após o atentado que matou doze pessoas entre as quais quatro conhecidos cartonistas.
“Acabei de comprar o jornal Canard Enchainée e estou muito emocionado porque este é o último desenho de Cabu e isso é muito doloroso, garanto-vos”.
“ Eu vim com o meu filho e com amigos, porque esta noite não foi possível ficar frente à televisão a ouvir esta triste notícia. Eu cresci com Charlie Hebdo, aprendi a desenhar com Cabu e estou muito triste esta noite e muito triste pelas famílias e pelo meu país”.
“ Um profeta com uma bomba na cabeça, nem sempre é agradável de ver – especialmente quando a pessoa não tem ideias fundamentalistas. Mas como eu tenho o direito de não gostar dessas caricaturas, Charlie Hebdo também tem o direito de as publicar já que estamos em democracia. Hoje estão aqui muitas pessoas, estão aqui muitos muçulmanos que vieram para lembrar que essas pessoas esses terroristas lutam por Satanás e não por Alah”.
Horas depois do atentado uma vaga de solidariedade registou-se também em Lyon, Rennes, Toulouse, Nantes e Estrasburgo onde mais de cem mil pessoas se manifestaram, assim como em cidades europeias tais que Berlim e Londres, onde estão a decorrer vigílias em sinal de solidariedade para com as vítimas do ataque terrorista.