Hamas saúda relatório da ONU e Israel critica a parcialidade

Israel e o Hamas, o movimento de resistência islâmica da Palestina, reagiram de forma distinta ao relatório da Comissão de Inquérito das Nações Unidas sobre o conflito do verão do ano passado na Faixa de Gaza.
É uma comissão que condena mais Israel do que a o Irão, a Síria e a Coreia do Norte todos juntos
O organismo palestiniano saudou parte do documento que levanta indícios de crimes de guerra a ambos os lados, sendo que a maior parte teriam sido cometidos por Israel, cujas ações terão contribuído para a morte de mais de 1400 civis palestinianos, incluindo meio milhar de crianças.
Hamas welcomes the UN report on the 2014 aggression on Gaza, which has found the Israeli occupation guilty of committing war crimes.
— Hamas Movement (@HamasInfoEn) 22 junho 2015
Fawzy Barhum afirmou à AFP que a ONU condenou “o ocupante sionista pelos seus crimes de guerra durante a última agressão contra Gaza”. Em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, um responsável oficial da Organização de Libertação da Palestina (OLP) considerou que o relatório reforça a vontade do Hamas de se dirigir ao Tribunal Penal Internacional [TPI].
Um responsável daquele movimento de resistência palestiniano ressalva ainda assim o que descreve ser “um erro fatal e um grande problema” da comissão que redigiu o documento. “Apesar de haver alguns pontos positivos neste relatório, parece-me que um erro fatal e um grande problema neste documento é que, regra geral, se tenta comparar as vítimas e os assassinos”, afirmou Ghazi Hamad
Do lado israelita, o relatório independente divulgado esta segunda-feira pelas Nações unidas, em Genebra, peca por ser parcial. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não poupa os relatores do documento.
“A Comissão que redigiu este relatório tendencioso foi nomeada pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Autodenominam-se Conselho de Direitos humanos, mas de facto estão a fazer tudo menos preocupar-se com os direitos humanos. É uma comissão que condena mais Israel do que a o Irão, a Síria e a Coreia do Norte todos juntos”, acusou o chefe de Governo.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, Emmanuel Nahshon, defendeu que “todo o mundo sabe que as motivações políticas e os falhanços morais determinaram desde o início a integridade do processo que conduziu à elaboração deste relatório”. “É lamentável que o relatório não reconheça a profunda diferença entre o comportamento moral de Israel durante a operação ‘Margem Protetora’ e as organizações terroristas enfrentadas”, acrescentou Nahshon.
#IDF has commenced Operation Protective Edge in #Gaza against #Hamas, in order to stop the terror #Israel's citizens face on a daily basis
— IDF (@IDFSpokesperson) 7 julho 2014
A operação “Margem Protetora” foi lançada pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) a 8 de julho do ano passado e prolongou-se até 26 de agosto. Mais de 2200 pessoas morreram, incluindo meio milhar de crianças e 73 israelitas, 6 destes civis.
SHARETHIS: During Operation Protective Edge Hamas fired over 200 rockets and mortars from schools. pic.twitter.com/EcKC4zojQr
— PM of Israel (@IsraeliPM) 14 junho 2015