Burundi: Nkurunziza "pedala" para a reeleição após nova vaga de protestos

Nem os apelos da comunidade internacional, nem uma nova noite de protestos violentos parece interromper a “pedalada” de Pierre Nkurunziza em direção a um terceiro mandato.
O presidente cessante do Burundi deslocou-se, em bicicleta, a uma assembleia de voto em Bujumbura, durante as eleições presidenciais desta terça-feira.
O sufrágio é contestado como inconstitucional pela oposição, que boicotou o escrutínio, depois de ter protagonizado semanas de protestos violentos e um golpe de estado falhado, desde abril.
Para Nkurunziza, “é importante permitir que a população possa escolher os dirigentes em que mais confia, mas também escolher o melhor programa para o país. Estes programas devem levar a população a escolher o melhor candidato, o que vai permitir desenvolver o país e consolidar a democracia, a paz e a segurança”.
Horas antes, pelo menos um polícia e um responsável da oposição tinham sido mortos durante protestos violentos na capital.
Desde abril, que a candidatura a um terceiro mandato do atual presidente arrisca-se a reabrir as divisões entre a comunidade hutu e tutsi, após uma violenta guerra civil.
Os protestos dos últimos meses provocaram mais de 80 mortos e pelo menos 160 mil refugiados, sem conseguirem o adiamento do escrutínio.
As negociações mediadas pela comunidade africana para tentar obter um acordo entre oposição e governo tinham fracassado no domingo passado.