Zimbabué: Mugabe responsabiliza povo pela morte de Cecil no Dia Internacional do Leão

Zimbabué: Mugabe responsabiliza povo pela morte de Cecil no Dia Internacional do Leão
De  Francisco Marques com Lusa, AFP
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O presidente do Zimbabué falou esta segunda-feira pela primeira acerca da morte do leão Cecil, a 1 de julho, vítima de uma alegada caçada ilegal

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O presidente do Zimbabué falou esta segunda-feira pela primeira acerca da morte do leão Cecil, a 1 de julho, vítima de uma alegada caçada ilegal. Curiosamente, em pleno Dia Internacional do Leão, mas no âmbito da homenagem em Harare às vítimas da guerra contra o colonialismo, Robert Mugabe responsabilizou o próprio povo por ter falhado na missão de proteger aquele que era um dos símbolos nacionais.



“A nossa vida selvagem, todos os nossos animais, pertencem-nos. Eles não devem ser mortos com uma arma de fogo ou com uma flecha. O leão Cecil, inclusive, era nosso. Ele está morto. Ele era vosso para o protegerem e ele vivia também para nos proteger. Vocês falharam na sua proteção”, acusou Mugabe.

O presidente do Zimbabué apontou também o dedo aos estrangeiros que pagam fortunas para “matar” os recursos naturais do país. “São vândalos que vêm de todo os lados. É claro que alguns são meros visitantes, mas outros só querem vandalizar”, acusou.



Em contracorrente às primeiras palavras públicas do presidente sobre a morte de Cecil, o governo do Zimbabué terá decidido levantar de forma parcial as restrições que tinha imposto há pouco mais de uma semana à prática de caça grossa, por exemplo, de leões, leopardos e elefantes.

Num comunicado recebido pela imprensa, a principal associação de guias e caçadores profissionais do Zimbabué (ZPHGA, sigla em inglês) afirmou que a proibição da caça de grande porte irá manter-se em alguns locais, como o parque onde morreu o icónico leão Cecil, e também nas zonas de caça ao sul da zona protegida onde habitava Cecil, o Parque Nacional de Hwange.



Cecil, o leão, foi morto no início de julho. Após ter sido ferido com flechas, sangrou durante quase dois dias até, finalmente, acabar morto a tiro. A caçada foi protagonizada por um dentista norte-americano, identificado como Walter Palmer, um conhecido aficionado de safaris.

Os protestos têm-se intensificado junto às propriedades do dentista, que inclusive já fechou a clínica que detinha em Minneapollis, no estado do Minnesota. Walter Palmer e a mulher Tonette têm procurado evitar os ativistas, ao mesmo tempo que o Zimbabué estuda a possibiliadde de pedir a extradição do dentista para o poder julgar.



O caçador e guia local Theo Bronkhorst, que terá organizado a caçada a troco de 50 mil euros, e um outro zimbabuense dono do terreno para onde Cecil foi atraído e morto, Honest Ndlovu, já foram presentes a tribunal, mas o julgamento de ambos apenas deverá começar em setembro.

Bronkhorst garante ter vendido “uma caçada que era legal”, de acordo com a regulamentação existente no Zimbabué, onde a indústria da caça movimente mais de 35 milhões de euros por ano.


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