O presidente do Zimbabué falou esta segunda-feira pela primeira acerca da morte do leão Cecil, a 1 de julho, vítima de uma alegada caçada ilegal
O presidente do Zimbabué falou esta segunda-feira pela primeira acerca da morte do leão Cecil, a 1 de julho, vítima de uma alegada caçada ilegal. Curiosamente, em pleno Dia Internacional do Leão, mas no âmbito da homenagem em Harare às vítimas da guerra contra o colonialismo, Robert Mugabe responsabilizou o próprio povo por ter falhado na missão de proteger aquele que era um dos símbolos nacionais.
What are YOU doing this World Lion Day? How will YOU make a difference? pic.twitter.com/WXWh1cQAVY
— World Lion Day (@worldlionday) 10 agosto 2015
“A nossa vida selvagem, todos os nossos animais, pertencem-nos. Eles não devem ser mortos com uma arma de fogo ou com uma flecha. O leão Cecil, inclusive, era nosso. Ele está morto. Ele era vosso para o protegerem e ele vivia também para nos proteger. Vocês falharam na sua proteção”, acusou Mugabe.
O presidente do Zimbabué apontou também o dedo aos estrangeiros que pagam fortunas para “matar” os recursos naturais do país. “São vândalos que vêm de todo os lados. É claro que alguns são meros visitantes, mas outros só querem vandalizar”, acusou.
Mugabe says Zimbabweans failed to protect Cecil the lion from foreign 'vandals' http://t.co/X8qHOBmSSGpic.twitter.com/1FAXmigegS
— CP24 (@CP24) 10 agosto 2015
Em contracorrente às primeiras palavras públicas do presidente sobre a morte de Cecil, o governo do Zimbabué terá decidido levantar de forma parcial as restrições que tinha imposto há pouco mais de uma semana à prática de caça grossa, por exemplo, de leões, leopardos e elefantes.
Num comunicado recebido pela imprensa, a principal associação de guias e caçadores profissionais do Zimbabué (ZPHGA, sigla em inglês) afirmou que a proibição da caça de grande porte irá manter-se em alguns locais, como o parque onde morreu o icónico leão Cecil, e também nas zonas de caça ao sul da zona protegida onde habitava Cecil, o Parque Nacional de Hwange.
The global #Lion population has declined by approx. 42% over the past 21 years: http://t.co/9dZ0EufLeV#WorldLionDaypic.twitter.com/yqq5mGCpBv
— IUCN Red List (@IUCNRedList) 10 agosto 2015
Cecil, o leão, foi morto no início de julho. Após ter sido ferido com flechas, sangrou durante quase dois dias até, finalmente, acabar morto a tiro. A caçada foi protagonizada por um dentista norte-americano, identificado como Walter Palmer, um conhecido aficionado de safaris.
Os protestos têm-se intensificado junto às propriedades do dentista, que inclusive já fechou a clínica que detinha em Minneapollis, no estado do Minnesota. Walter Palmer e a mulher Tonette têm procurado evitar os ativistas, ao mesmo tempo que o Zimbabué estuda a possibiliadde de pedir a extradição do dentista para o poder julgar.
Hunter Theo Bronkhorst's trial postponed until September #CecilTheLionhttp://t.co/inyVKI7aZapic.twitter.com/QazkJJtBTC
— Sunday Times (@SundayTimesZA) 5 agosto 2015
O caçador e guia local Theo Bronkhorst, que terá organizado a caçada a troco de 50 mil euros, e um outro zimbabuense dono do terreno para onde Cecil foi atraído e morto, Honest Ndlovu, já foram presentes a tribunal, mas o julgamento de ambos apenas deverá começar em setembro. Bronkhorst garante ter vendido “uma caçada que era legal”, de acordo com a regulamentação existente no Zimbabué, onde a indústria da caça movimente mais de 35 milhões de euros por ano.
Hoje é #DiaDoLeão. Junte-se ao movimento global contra crueldade em parques de leões na África http://t.co/ewQHv1Haaopic.twitter.com/MeN5LYQXkm
— Proteção Animal (@ProtecaoAnimal) 10 agosto 2015