Gana: Médicos prolongam greve por mais duas semanas

Gana: Médicos prolongam greve por mais duas semanas
De  Francisco Marques com Reuters
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O protesto dos responsáveis de saúde começou na sexta-feira, 7 de agosto, estava previsto durar duas semanas, mas acaba de ser prolongado por mais uma semana

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Os médicos do Gana decidiram prolongar por mais duas semanas a greve que mantém como forma de pressão sobre o Presidente John Mahama. Os profissionais da saúde exigem melhores salários e condições de trabalho, em contracorrente com os cortes impostos ao governo ganês pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no programa de ajuda financeira ao país previsto para três anos e que está a ser implementado há apenas 3 meses.

Apesar dos apelos do governo e dos líderes religiosos e étnicos para que voltem ao trabalho, os médicos ganeses mantém a recusa de realizar consultas externas ou admitir novos pacientes nos hospitais.



O prolongamento da greve surpreendeu as autoridades ganesas depois de o presidente da Associação de Médicos do Gana (AMG) ter admitido que os profissionais ponderavam regressar ao trabalho. Num volta-face, o secretário-geral adjunto da AMG, Justice Yankson, revelou ter sido decidido por unanimidade o prolongamento do protesto para pressionar o governo a apresentar um documento formal que defina as condições dos serviços de saúde.

Existem no setor público ganês cerca de 2800 médicos para cerca de 26 milhões de cidadãos. O setor da saúde é considerado um dos melhores do continente africano. Um diretor médico no Gana ganha em média 1175 dólares por mês (cerca de 1050 euros/ mês), mas muitos conseguem aumentar os ganhos pessoais com a realização de consultas privadas e outros a trabalhar em hospitais religiosos onde as remunerações e os benefícios sociais podem ser melhores.

No Gana, os salários da função pública “consomem” entre 50 e 55 por cento dos rendimentos fiscais do Estado, por comparação com os 70 por cento registados há cerca de 3 anos. Apesar da redução, esta é ainda uma preocupação para o FMI.



Na última revisão do orçamento de Estado, realizada no mês passado, o ministro das Finanças ganês, Seth Terkper, aumentou a estimativa do défice de 2015 para 7,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) face aos 6,5 por cento previstos anteriormente. O crescimento económico estimado do Gana foi ainda reduzido de 3,9 por cento para 3,5 por cento.

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