Comissão Europeia promete rever medidas de segurança nos caminhos de ferro internacionais

Comissão Europeia promete rever medidas de segurança nos caminhos de ferro internacionais
De  Francisco Marques
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O alegado ataque terrorista evitado sexta-feira, em França, por passageiros, num comboio transfronteiriço da empresa Thalys, levantou o problema da

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O alegado ataque terrorista evitado sexta-feira, em França, por passageiros, num comboio transfronteiriço da empresa Thalys, levantou o problema da segurança nos caminhos-de-ferro europeus, numa época sensível em termos de atentados.

Devem as estações com ligações internacionais aproximar-se do sistema de segurança dos aeroportos e aplicar um controlo de passaportes e bagagens mais apertado?

A questão não se apresenta de fácil resposta, mas já este sábado a Comissária Europeia dos Transportes, a eslovena Violeta Bulc, prometeu “rever os procedimentos de segurança para os passageiros de comboios face ao ataque de Arras”. “A segurança e a proteção dos passageiros é a nossa primeira prioridade”, escreveu Bulc, na rede social Twitter.



Na estação ferroviária belga de Bruxelas Midi, a mais concorrida da capital da União Europeia, onde terá entrado o suspeito do eventual ataque de sexta-feira, alguns passageiros questionam a segurança deste meio de transporte, mas continuam sem medo de viajar. É o caso de Michael, um francófono.

“Será que as companhias de caminhos-de-ferro internacionais vão instalar um sistema de deteção de metais como os aeroportos? Não sei. O que espero é que a minha viagem corra bem e a dos outros passageiros também. Mas, o que podemos fazer? Não está nas nossas mãos, mas algo tem de ser feito”, defendeu.

Uma viajante britânica, anónima, primeiro ficou aliviada por não estar envolvida no caso de sexta-feira, mas depois lembrou-se que tinha de viajar. “Quando ouvimos, pela primeira vez, as notícias, a nossa reação foi de felicidade por não estarmos naquele comboio. Depois fiquei um pouco nervosa. Estávamos a vir neste sentido, a caminho do Reino Unido. Mas tínhamos visto tanta segurança que, de facto, não havia nada que nos pudesse assustar. Por isso, aqui estamos, a continuar a nossa viagem”, disse.



[[ Regulamento do Parlamento Europeu relativo aos direitos e obrigações dos passageiros dos serviços ferrovi´rios europeus ]]

Em Paris, na Gare do Norte, a presença de forças de segurança é bem visível. Em especial, desde os mortíferos atentando de janeiro passado contra o jornal Charlie Hebdo. O problema na sexta-feira aconteceu, contudo, após o comboio da Thalys ter partido da gare de Lille, a meio do percurso.

Um ator francês que seguia no comboio, Jean-Hugues Anglade, apontou o dedo aos assistentes de bordo do comboio de terem fugido às suas responsabilidades, acusando-os de terem fugido para a locomotiva e terem abandonado os passageiros à sua sorte.

A diretora-geral da Thalys reagiu às acusações, explicando que o “controlador em questão viu-se sob o fogo das balas”. “Ele sentiu as balas voar e refugiou-se, com 5 ou 6 passageiros, na carruagem de mercadorias e acionou o alarme”, revelou Agnès Ogier.

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Dirigindo-se ao ator, a responsável da companhia procurou pôr um ponto final na polémica: “Senhor Anglade, ele viveu o que viveu, algo muito traumatizante. Só lhe posso contar o que nos relatou o nosso controlador. Um segundo agente deu a volta ao comboio logo após o tiroteio. Passou-se tudo muito, muito rápido. O que lhe posso dizer é que o pessoal de bordo da Thalys cumpriu a sua missão.”

Outra questão se levanta: Os passageiros que evitaram o ataque de sexta-feira fazem parte de forças militares nos Estados Unidos e terão formação para enfrentar certos desafios envolvendo adversários armados. Deve o pessoal de bordo dos comboios internacionais ter formação de defesa pessoal e de resposta a eventuais ataques armados?

[[ Legislação, políticas e documentos da União Europeia relacionados com os caminhos de ferro ]]

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