O alegado ataque terrorista evitado sexta-feira, em França, por passageiros, num comboio transfronteiriço da empresa Thalys, levantou o problema da
O alegado ataque terrorista evitado sexta-feira, em França, por passageiros, num comboio transfronteiriço da empresa Thalys, levantou o problema da segurança nos caminhos-de-ferro europeus, numa época sensível em termos de atentados.
Devem as estações com ligações internacionais aproximar-se do sistema de segurança dos aeroportos e aplicar um controlo de passaportes e bagagens mais apertado?
A questão não se apresenta de fácil resposta, mas já este sábado a Comissária Europeia dos Transportes, a eslovena Violeta Bulc, prometeu “rever os procedimentos de segurança para os passageiros de comboios face ao ataque de Arras”. “A segurança e a proteção dos passageiros é a nossa primeira prioridade”, escreveu Bulc, na rede social Twitter.
Security & safety of passengers is our first priority! We will reassess security procedures for train passengers following attack in #arras
— Violeta Bulc (@Bulc_EU) 22 agosto 2015
Na estação ferroviária belga de Bruxelas Midi, a mais concorrida da capital da União Europeia, onde terá entrado o suspeito do eventual ataque de sexta-feira, alguns passageiros questionam a segurança deste meio de transporte, mas continuam sem medo de viajar. É o caso de Michael, um francófono.
“Será que as companhias de caminhos-de-ferro internacionais vão instalar um sistema de deteção de metais como os aeroportos? Não sei. O que espero é que a minha viagem corra bem e a dos outros passageiros também. Mas, o que podemos fazer? Não está nas nossas mãos, mas algo tem de ser feito”, defendeu.
Uma viajante britânica, anónima, primeiro ficou aliviada por não estar envolvida no caso de sexta-feira, mas depois lembrou-se que tinha de viajar. “Quando ouvimos, pela primeira vez, as notícias, a nossa reação foi de felicidade por não estarmos naquele comboio. Depois fiquei um pouco nervosa. Estávamos a vir neste sentido, a caminho do Reino Unido. Mas tínhamos visto tanta segurança que, de facto, não havia nada que nos pudesse assustar. Por isso, aqui estamos, a continuar a nossa viagem”, disse.
Attaque terroriste – L'incroyable vidéo à bord du Thalys http://t.co/fGhKn8aQbA via ParisMatch</a></p>— Paris Match (
ParisMatch) 22 agosto 2015
Em Paris, na Gare do Norte, a presença de forças de segurança é bem visível. Em especial, desde os mortíferos atentando de janeiro passado contra o jornal Charlie Hebdo. O problema na sexta-feira aconteceu, contudo, após o comboio da Thalys ter partido da gare de Lille, a meio do percurso.
Train attack near Arras in France – in pictures http://t.co/bjRqPr7LArpic.twitter.com/SUwheS44LD
— The Guardian (@guardian) 22 agosto 2015
Um ator francês que seguia no comboio, Jean-Hugues Anglade, apontou o dedo aos assistentes de bordo do comboio de terem fugido às suas responsabilidades, acusando-os de terem fugido para a locomotiva e terem abandonado os passageiros à sua sorte.
A diretora-geral da Thalys reagiu às acusações, explicando que o “controlador em questão viu-se sob o fogo das balas”. “Ele sentiu as balas voar e refugiou-se, com 5 ou 6 passageiros, na carruagem de mercadorias e acionou o alarme”, revelou Agnès Ogier.
Le témoignage exclusif de Jean-Hugues Anglade recueilli par @EmilieBlachere. Il était à bord du train Thalys. http://t.co/BTSp9gyWgI
— Paris Match (@ParisMatch) 22 agosto 2015
Dirigindo-se ao ator, a responsável da companhia procurou pôr um ponto final na polémica: “Senhor Anglade, ele viveu o que viveu, algo muito traumatizante. Só lhe posso contar o que nos relatou o nosso controlador. Um segundo agente deu a volta ao comboio logo após o tiroteio. Passou-se tudo muito, muito rápido. O que lhe posso dizer é que o pessoal de bordo da Thalys cumpriu a sua missão.”
#Thalys Agnes Ogier, la directrice générale de Thalys répond : "Le personnel a rempli sa mission" @thalys_frhttp://t.co/HFcFQCnfZc
— SNCF Newsroom (@SNCF_infopresse) 22 agosto 2015
Outra questão se levanta: Os passageiros que evitaram o ataque de sexta-feira fazem parte de forças militares nos Estados Unidos e terão formação para enfrentar certos desafios envolvendo adversários armados. Deve o pessoal de bordo dos comboios internacionais ter formação de defesa pessoal e de resposta a eventuais ataques armados?
[[ Legislação, políticas e documentos da União Europeia relacionados com os caminhos de ferro ]]
Here is my vision for #EUTransport & what I hope to achieve at the EU_Commission</a> during my mandate: <a href="http://t.co/ByAoCht5Xv">http://t.co/ByAoCht5Xv</a></p>— Violeta Bulc (
Bulc_EU) 11 maio 2015