A Macedónia rendeu-se às vagas de milhares de migrantes ilegais oriundos do Médio Oriente do norte de África, que continuam a chegar pela Grécia, e
A Macedónia rendeu-se às vagas de milhares de migrantes ilegais oriundos do Médio Oriente do norte de África, que continuam a chegar pela Grécia, e decidiu abrir as fronteiras no sábado à noite. Sem meios para continuar a resistir no controlo da fronteira, o executivo de Skopje acabou por permitir que os clandestinos cheguem à cidade de Gevgelija, onde os migrantes poderão apanhar um comboio para a Sérvia e dali prosseguir viagem rumo ao coração do desejado espaço Shengen.
A uma migrante, que aguarda o comboio em Gevgelija e parece exprimir-se em arábico curdo, um jornalista pergunta se está com medo. “Estou! Já perdi o meu irmão e o meu marido. Só me restam as minhas quatro filhas. Chegámos até aqui, mas não estamos a lidar bem com isto. Estamos aqui há dois dias e há uma semana que não temos acesso a nada. Vamos morrer aqui”, lamentou-se esta presumível refugiada identificada como Rushin.
Thousands of #migrants pass through the Western Balkans each day. Latest photos from #Serbia: http://t.co/TOS2AXBsDMpic.twitter.com/s4jQv6LsZH
— IFRC (@Federation) 22 agosto 2015
A abertura das fronteiras macedónias aconteceu depois de novos confrontos registados sábado de manhã entre as forças de controlo fronteiriço e migrantes. Houve clandestinos a furar as barreiras de arame farpado com bebés ao colo.
O Ministério do Interior macedónio revelou, entretanto, ter passado, entre as 20 horas de sábado e as 08h da manhã deste domingo, um total de 1210 certificados a cidadãos estrangeiros, entre eles 185 mulheres. Quase 230 crianças acompanhavam titulares de certificados e mais de uma dezena entrou no país sem a companhia dos pais. O certificado permite requerer legalmente o direito de asilo.
A larga maioria dos novos certificados foi entregue a alegados sírios (1023), mas também iraquianos, paquistaneses e naturais do Bangladeche receberam o documento. De registar que apenas os sírios têm sido tratadios como refugiados de guerra e há muitos migrantes oriundos de outros países que estão a passar-se por sírios para poderem receber o mesmo estatuto.
Stefanovic: 90,000 migrants passed through Serbia since January 1 http://t.co/yJM0NnMjNMpic.twitter.com/tgIuopLz7h
— InSerbia News (@InSerbiaNetwork) 14 agosto 2015
O destino dos migrantes que cruzam a fronteira entre a Grécia e a Macedónia é chegar à Sérvia. Mas esta é apenas mais uma etapa da longa e perigosa viagem iniciada no país natal. A seguir, os migrantes rumam à Hungria, a porta para o coração da União Europeia e do Espaço Shengen. A maior parte tem como destino final os países mais desenvolvidos do centro e do norte da Europa.
In the last 24 hours alone #RedCross of FYR #Macedonia helped over 2,150 people on the move #Migration#ProtectHumanity
— Stephen Ryan (@stiofanoriain) 22 agosto 2015
A entrada dos migrantes na Sérvia, entretanto, está a ser feita sobretudo através de Persevo. A agência das Nações unidas para os Refugiados (ACNUR ou UNHCR, na sigla inglesa) montou 8 tendas juntou a aldeia fronteiriça de Miratovac, no sul do país, para acolher, fornecer comida e dar abrigo aos migrantes.
Tal como na Macedónia, a entrada e certificação dos migrantes na Sérvia processa-se a conta-gotas. Os relatos apontam para mais de 6000 refugiados e migrantes, só neste domingo, a atravessar o território sérvio. O próximo obstáculo dos migrantes será a fronteira da Hungria.
Thousands of #refugees trapped at sealed #Macedonia border and at risk of violence http://t.co/IH8qLwYEO2pic.twitter.com/PYz95rFKP6
— Lotte Leicht (@LotteLeicht1) 21 agosto 2015