Não, não fomos ao Burning Man. E, provavelmente, quem está a ler estas palavras também não, porque não há internet, nem rede móvel na chamada Black
Não, não fomos ao Burning Man. E, provavelmente, quem está a ler estas palavras também não, porque não há internet, nem rede móvel na chamada Black Rock City, em pleno deserto do Nevada. Na verdade, é melhor dizer que “quase” não há internet, porque há quem consiga postar aqui e ali fotografias nas redes sociais, graças às raras aparições da wifi. Já os organizadores, que aguardam 70 mil pessoas em 7 dias de encontro, fornecem um live stream.
Burning Man 2015 em direto
Para além de podermos ver algumas das excêntricas criações, temos a oportunidade de assistir em direto no próximo sábado, dia 5 de setembro, pelas 21 horas locais (5:00 em Lisboa), ao apogeu deste encontro, que é a queima da gigantesca escultura do Burning Man.
O Totem das Confissões, da autoria de Michael Garlington, onde os participantes podem revelar os seus pecados e trocar objetos pessoais com o próximo
O Templo das Promessas
A R-Evolution, uma escultura de 14 metros de altura, feita por Marco Cochrane
Galeria de fotos: As esculturas do Burning Man 2015 (cortesia Jess Hobbs/ Flux Foundation)
É claro que o alinhamento musical é de importância primordial. O tom é maioritariamente eletrónico, mas não só.
É claro que muito se fala sobre as pragas de insetos que atingem Black Rock, e não no sentido figurado. Os organizadores dizem que o problema já está resolvido.
É claro que não vamos viver, por agora, a experiência da “Inclusão Radical”, um dos princípios basilares da filosofia Burning Man.
É claro que a discussão sobre o dress code nos passa um bocado ao lado. Mas não completamente.
É claro que não vamos participar, este ano pelo menos, na desmontagem da cidade cenográfica.
É claro que não nos vamos cruzar com as celebridades que participam cada vez mais.
É claro que há quem pense que o Burning Man já não é o que era e não vale os 400 euros do bilhete:
É claro que temos o vídeo do primeiro Burning Man:
É possível definir o Burning Man?
Começou em 1986, em São Francisco, como uma espécie de ritual alternativo organizado por um grupo de amigos, entre os quais se destacam Larry Harvey e Jerry James. Em 1990, o “festival” mudou-se para o deserto de Black Rock, no Nevada, porque a afluência começou a ser muita. Os rótulos não encaixam, mas Burning Man situa-se entre a manifestação artística, a expressão utópica (existe mesmo uma filosofia), a vivência musical e a experiência sociológica.