Decisão de intervir na Síria é volte-face na política de Hollande

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De  Ricardo Figueira  com Beatriz Beiras
Decisão de intervir na Síria é volte-face na política de Hollande

Foi há pouco mais de um ano: Os primeiros ataques aéreos ocidentais contra o autoproclamado Estado Islâmico foram levados a cabo pelos Estados Unidos no Iraque, sobretudo contra posições jihadistas que ameaçavam interesses americanos.

Treze países, incluindo a França, vão participar nos ataques, no quadro de uma coligação entre países árabes e do mundo ocidental. Ao todo, cerca de 20 países. A França participa, mas exclusivamente no Iraque.

Isto ao lado dos Estados Unidos, Austrália, Canadá, Dinamarca, Jordânia, Holanda e Reino Unido. A França não faz parte dos países que atacam posições na Síria.

No último ano, houve mais de 6500 bombardeamentos, a grande maioria no Iraque. Pouco menos de 2500 na Síria.

No dia 16 de Maio, os jihadistas tomaram a cidade de Ramadi, no Iraque. Pouco depois, a 25 de maio, foi a cidade antiga de Palmira, que alberga obras arquitetónicas de valor incalculável, a cair nas mãos dos radicais.

Desde que a guerra civil começou, a França sempre se recusou a intervir na Síria, porque acreditava que estes ataques só iriam reforçar a posição do presidente Bashar el-Assad: “Bachar al-Assad tem de partir. Tem de ser constituído um governo de transição, no interesse de todos. A todos aqueles que dizem que o regime de Assad ajuda a evitar o caos, quero dizer que com Assad têm o governo mais detestável possível… E o caos”, dizia Hollande em junho de 2012.

Palavras premonitórias: A França tem também razões para querer reforçar a luta contra o Estado Islâmico. 2015 começou com os atentados contra o Charlie Hebdo e um supermercado judeu em Paris.

Seguiram-se outros ataques, nomeadamente o atentado falhado num comboio que ligava Paris a Amesterdão, evitado por quatro passageiros que Hollande condecorou, há poucos dias, com a Legião de Honra.