No complicado puzzle que a crise dos refugiados originou nos Balcãs, é agora a vez de Croácia e Sérvia trocarem argumentos. As autoridades croatas
No complicado puzzle que a crise dos refugiados originou nos Balcãs, é agora a vez de Croácia e Sérvia trocarem argumentos. As autoridades croatas interditaram a passagem a camiões de mercadorias vindos de território sérvio no principal posto fronteiriço entre os dois países, provocando uma fila de mais de 10 quilómetros.
Por outro lado, Zagreb mandou construir um campo de acolhimento temporário em Opatovac, junto a Tovarnik, que pode alojar 4 mil pessoas enquanto aguardam por ser transportadas para a Hungria. O ministro croata do Interior, Ranko Ostojic, sublinha que os refugiados “vêm de um país do espaço Schengen e querem ir para outro país do espaço Schengen, por isso não os vamos bloquear aqui. Vamos dar-lhes tudo o que estiver ao nosso alcance. Se alguém quiser pedir asilo na Croácia, obtém-no imediatamente.”
Por sua vez, na Hungria, que continua a isolar-se com vedações, a companhia ferroviária nacional suspendeu a circulação de comboios vindos da Croácia.
Espera-se que em breve o parlamento em Budapeste aprove a mobilização do exército para defender as fronteiras. O primeiro-ministro, Viktor Orban, afirma o seguinte: “Os migrantes não estão a bater à nossa porta. Estão a deitá-la abaixo. Não estamos a falar de centenas, nem de milhares, mas de centenas de milhares, milhões até, que estão a cercar as fronteiras da Hungria e da União Europeia. Isto não tem fim. Há milhões que ainda estão a iniciar a viagem.”
Segundo fontes do Conselho da União Europeia, a Hungria deverá ficar mesmo de fora da repartição de 120 mil refugiados que está a ser objeto de negociações entre os Estados-membros.