Portugal/eleições: abriu a caça ao voto dos indecisos

Portugal/eleições: abriu a caça ao voto dos indecisos
De  Nelson Pereira
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A cinco dias das eleições portuguesas, a imprensa portuguesa faz eco das sondagens, que prometem vitória à coligação PÀF-Portugal à Frente (PSD/PP)

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A cinco dias das eleições portuguesas, a imprensa portuguesa faz eco das sondagens, que prometem vitória à coligação PÀF-Portugal à Frente (PSD/PP), e dos esforços dos partidos para garantir que os eleitores se desloquem às urnas. As razões não são as mesmas, claro, mas o grande receio é mesmo que os eleitores fiquem em casa no dia 4 de outubro. Algumas das sondagens mais recentes apontam para mais de 20% de eleitores indecisos.

As sondagens não votam

“Cuidado que as sondagens não votam”, fez título a edição online do semanário Expresso, citando o primeiro ministro e líder dos sociais-democratas, que advertiu para a ilusão da vitória garantida durante a arruada deste domingo, em Guimarães. Porque o entusiasmo é bom, mas também pode desmotivar os eleitores, Pedro Passos Coelho lembrou que é preciso votar para “que esse dia possa trazer uma grande vitória e uma boa e grande maioria”. O presidente do CDS, Paulo Portas, reconhece que é preciso fazer “o máximo” para levar as pessoas às urnas, mas é “por Portugal, não é pelos nossos partidos”.

Se as eleições legislativas fossem hoje, a coligação PÀF conseguiria uma vantagem de 5,1 pontos, de acordo com a pesquisa encomendada pelo jornal Público, rádio TSF e televisão TVI (38,1%, dos votos, contra 33% para o PS). Paulo Portas prefere portanto apostar no tom de sucesso e castiga os socialistas: “PS subestimou a coligação”. Modesto, Passos Coelho só quer governar e promete não “amuar” com o resultado das legislativas, pois nem sequer está interessado em maioria absoluta, regista o JN, evocando as declarações do líder social-democrata, que no jantar da coligação em Braga fez questão de sublinhar uma ambição contida de poder: “O que nós queremos, portanto, não é o absoluto. O que nós queremos mesmo é estabilidade para poder governar, e isso toda a gente sabe o que é”.

As categorias de indecisos

Segundo o DN, enquanto a coligação quer “reconciliar-se” com quem se zangou com PSD e CDS desde 2011, o PS quer chegar aos muitos indecisos que se situam na proximidade dos socialistas. A grande agitação volta-se portanto para os eleitores que não sabem em quem votar. Num comício em Barcelos, o eurodeputado Francisco Assis terá dado voz a esta preocupação, pedindo ao partido “um grande esforço”, sugerindo três diferentes abordagens para três categorias diferentes de indecisos: os que hesitam “entre a coligação e o PS”, os que oscilam “entre a esquerda e o PS” e ainda os que se colocam “entre a abstenção e o PS”. Isto, enquanto o Destak faz capa esta segunda-feira com a app “Eu Voto!”, criada por uma startup portuguesa “para ajudar aqueles que não sabem em quem votar”.

Depois de ter registado o endurecimento do discurso do Bloco de Esquerda contra o PS e o PCP, no fim-de-semana, o jornal i desta segunda-feira faz manchete com António Arnaut, mandatário nacional da campanha socialista, que promete que “O PS vai governar sozinho se não tiver maioria absoluta”.
Num apanhado das declarações dos líderes políticos, o semanário Sábado recupera o discurso de Guimarães de Passos Coelho, que prometeu fortalecer o Estado social se vencer as legislativas, com “ainda melhor saúde, ainda melhor educação, ainda melhor apoio social”, disse aos pensionistas que já não há restrições nas pensões nem lhes será pedido um contributo adicional e deu como certa a devolução de “parte importante” da sobretaxa de IRS. O semanário não deixou escapar as críticas do cabeça de lista da coligação Portugal à Frente por Aveiro, Luís Montenegro, ao PS, que acusou de arrogância na campanha: “Houve uma entrada do PS na campanha eleitoral de absoluta arrogância, quase querendo forçar as pessoas a um voto numa mudança que elas não querem efectivamente”.
Em Barcelos, o secretário-geral do PS responsabilizou o governo PSD/CDS por ter minado a confiança dos portugueses e dividido o país, frisando que “o PS é o partido capaz de unir o país, de unir os portugueses, de falar com todos os parceiros sociais, de promover o diálogo político alargado”, enquanto, em Alpiarça, o secretário-geral comunista e líder da Coligação Democrática Unitária (CDU) acusou o primeiro ministro de faltar à palavra dada, referindo-se a promessas de Pedro Passos Coelho no sentido de não serem necessários mais cortes de salários ou pensões.

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