Com largo curriculo político enquanto ministro de vários governos socialistas, vice-presidente do Parlamento Europeu e presidente da Câmara de
Com largo curriculo político enquanto ministro de vários governos socialistas, vice-presidente do Parlamento Europeu e presidente da Câmara de Lisboa, António Costa enfrenta, aos 54 anos, o maior desafio da sua carreira: tornar-se primeiro-ministro de Portugal. Para isso faz promessas como, por exemplo, o regresso às 35 horas de trabalho para a função pública, o aumento do salário mínimo, a descida do IVA na restauração e hotelaria.
"Aquilo que eu sinto em todo o país, que ouço diariamente na rua, que certamente vocês todos ouvem na rua é que há uma enorme vontade de, no dia 4 outubro, haver uma mudança, uma mudança a sério em Portugal"
Promete também um novo rumo para o paíl, ainda que saiba que a margem de manobra é limitada:
“Aquilo que eu sinto em todo o país, que ouço diariamente na rua, que certamente vocês todos ouvem na rua é que há uma enorme vontade de, no dia 4 outubro, haver uma mudança, uma mudança a sério em Portugal”, afirmava em campanha eleitoral.
Atento às queixas dos portugueses e deixando promessas para melhorar a vida quotidiana dos mais afetados pela crise, António Costa procura uma terceira via que permita não ter que se submeter às exigências europeias, mas evitando, ao mesmo tempo, o confronto com Bruxelas. Um exercício difícil.
Em 2007 este advogado de formação, eleito presidente da câmara da capital e reeleito, sempre com melhores resultados nas urnas, carrega hoje uma herança difícil – a de ter sido número dois do governo de José Sócrates. O mandato do ex-primeiro-ministro foi marcado pela crise e pela necessidade de pedir ajuda externa.
Quando António Costa ascendeu à liderança do Partido Socialista, em setembro de 2014, após ter ganhado as primárias com 68% dos votos e se assumiu como candidato do partido às eleições, estava longe de imaginar que Sócrates estava prestes a ser detido e acusado de corrupção e branqueamento de dinheiro.
A notícia chocou o país e sobretudo os socialistas, mas o recém escolhido líder socialista não se deixou intimidar, distanciou-se de Sócrates, centrando-se no combate à ação do governo de Passos Coelho.
“O senhor quis a troika. Tenho aqui, aliás, uma declaração sua de 30 de abril de 2014, no Jornal de Notícias, onde o senhor diz, com grande satisfação “a troika está cá a nosso pedido”.