John Kerry e Mogherini debatem conflito israelo-palestiniano com Lavrov e Mladenov

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De  Francisco Marques
John Kerry e Mogherini debatem conflito israelo-palestiniano com Lavrov e Mladenov

O secretário de Estado norte-americano e a responsável pela diplomacia da União Europeia (UE) reuniram-se, quinta-feira, em separado, com o primeiro-ministro israelita. Esta sexta-feira, em Viena de Áustria, John Kerry e Federica Mogherini vão partilhar as conclusões desses encontros com Benjamin Netanyahu, na reunião do chamado “Quarteto do Médio Oriente”, na qual participa também Sergei Lavrov, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, e Nickolay Mladenov, pelas Nações Unidas.

 

Quarteto do Médio Oriente

Grupo constituído por Estados Unidos, Nações Unidas, Rússia e União Europeia que lidera a mediação de paz para o conflito israelo-palestiniano. O grupo foi estabelecido na capital de Espanha, em 2002, e por isso também é apelidado por vezes como o "Quarteto de Madrid". A última reunião do grupo decorreu em Nova Iorque, a 30 de setembro, e contou com a presença de Ban Ki Moon, o Secretário-geral da ONU.

Para lá da Síria e do combate ao grupo Estado Islâmico, que também estão na “ementa” para esta sexta-feira, o conflito israelo-palestiniano deverá dominar o encontro devido ao violento escalar de violência desde 14 de setembro e que, só este mês de outubro, já fez mais de 60 mortos, incluindo 54 palestinianos, 10 israelitas e 1 eritreu.

A responsável pela diplomacia europeia, Federica Mogherini, revelou ter falado com o chefe de Governo israelita de “medidas concretas para apaziguar a situação no terreno e para garantir o ‘status quo’ da Cidade Velha de Jerusalém”. “Recebi de Netanyahu um claro compromisso, reafirmando a garantia de que pretende manter o ‘status quo’ dos locais sagrados”, revelou a italiana.

Em Israel, entretanto, foram presentes a tribunal esta quinta-feira 4 homens relacionados com o assassinato, no domingo, de um cidadão da Eritreia, que foi confundido com um agressor palestiniano e acabou alvejado a tiro e linchado até à morte por uma multidão em fúria.

De resto, à margem dos agora recorrentes confrontos na Cisjordânia, na quinta-feira houve registo de apenas um ataque na cidade israelita de Beit Shemesh. Um palestiniano feriu um judeu com uma faca e acabou morto a tiro pelas forças de segurança israelitas.

De acordo com o Ministério da Saúde palestiniano, para lá dos 54 mortos, pelo menos 1900 palestinianos foram feridos por disparos de balas borracha, de munições reais, em espancamentos ou queimados. Mais de 3500 pessoas terão sido afetadas devido a gases venenosos.