O Supremo Tribunal de Justiça do Panamá ordenou a "prisão preventiva" do ex-presidente Ricardo Martinelli por causa de alegadas escutas ilegais a mais de 150 pessoas durante o seu mandato.
O Supremo Tribunal de Justiça do Panamá ordenou a “prisão preventiva” do ex-presidente Ricardo Martinelli por causa de alegadas escutas ilegais a mais de 150 pessoas durante o seu mandato.
O político e empresário, de 63 anos, que governou o país da América Central entre 2009 e 2014, está, segundo os advogados, a viver nos Estados Unidos há quase um ano, desde que foi aberto o primeiro dos seis processos que enfrenta na justiça.
A decisão de ordenar a dentenção do ex-chefe de Estado foi tomada ao final de mais de cinco horas de deliberação dos magistrados.
Para a acusação, a ordem de prisão é “uma boa forma” do Panamá começar a mostrar “que não apenas ex-presidentes, como no caso de Martinelli, mas também ministros, deputados e todos aqueles que espezinhem a dignidade do povo panamiano têm de pagar pelos seus atos perante a justiça. Já chega de tanta impunidade que o país viu durante décadas”, concluiu o advogado Marco Antonio Bernal.
Martinelli diz estar a ser alvo de perseguição política e reagiu no Twitter à decisão do Supremo afirmando tratar-se do “1.º round de um julgamento político”.
Round 1 de juicio politico: sin estar en expediente, sin imputaciòn, sin debida notificaciòn y sin condena se ordena detencion provisional.
— Ricardo Martinelli (@rmartinelli) 22 dezembro 2015
Dois ex-chefes de segurança de Martinelli estão detidos e aguardam julgamento neste caso.
Alguns apoiantes do ex-presidente reuniram-se à porta do Supremo Tribunal clamando “Ricardo, amigo, o povo está contigo”.