Eleições para a sucessão de Joseph Blatter estão marcadas para 26 de fevereiro. Platini era o mais mediático entre os candidatos confirmados. Restam cinco na corrida, veja quem são.
Michel Platini anunciou a desistência da corrida à presidência da FIFA. Em declarações a serem publicadas esta sexta-feira pelo jornal francês L’Equipe, o último presidente eleito da UEFA justifica a retirada da candidatura por não ter tempo para fazer campanha e querer focar-se na sua defesa e em limpar o próprio nome do processo de corrupção que o levou a ser suspenso por 8 anos de todas as atividades ligadas ao futebol.
“Como é que posso ganhar uma eleição, quando estou incapaz de fazer campanha? Quando me candidatei, recebi o apoio declarado de 150 federações. Tudo em apenas dois dias. Neste momento, tenho de trabalhar na minha defesa e por isso não tenho tempo. Sempre lutei na minha vida, mas infelizmente não me deram oportunidade para lutar nestas eleições”, afirmou.
Michel Platini : «Je retire ma candidature» https://t.co/XcEdxf6kRwpic.twitter.com/lVUShleY0j
— L'ÉQUIPE (@lequipe) 7 janeiro 2016
(Michel Platini: “Retiro a minha candidatura”)
O francês, de 60 anos, lamenta a falta de disponibilidade para estar “junto dos eleitores, conhecer as pessoas e lutar por esta eleição como os outros candidatos”. “Ao retirar-me, estou a tomar a decisão de dedicar-me à minha defesa e poder limpar o meu nome”, reforçou.
Platini foi suspenso pela justiça interna da FIFA por 8 anos de todas as atividades ligadas ao futebol. O francês é acusado de ter recebido cerca de 1,8 milhões de euros em 2011 por alegados serviços de consultadoria prestados à FIFA em 2002.
O pagamento teria sido efetuado pelo suíço Joseph Blatter, o último presidente eleito do organismo que superintende o futebol mundial e que também está suspenso devido a este mesmo processo. Platini alega ter feito com Blatter um contrato verbal, método que é reconhecido pela legislação da Suíça, onde está sediada o organismo.
A justiça interna da FIFA considerou terem existido “abuso de posição” e “conflito de interesses” no caso julgado. As infrações levaram às suspensões semelhantes de Platini e Blatter. O francês mostra-se convicto da inocência e prepara-se para recorrer da suspensão para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS).
As eleições na FIFA estão marcadas para 26 de fevereiro. Com o abandono de Platini, restam 5 candidatos.
Candidatos à presidência da FIFA
Gianni Infantino (italo-suíço)
É o número 2 da UEFA e famoso apenas por ser o responsável pelos sorteios da Liga dos Campeões. Jurista, 45 anos, Infantino anunciou a candidatura a 26 de outubro e é, agora, um dos favoritos.
Cheik Salman (Bahrein)
É presidente da Confederação asiática de futebol e vice-presidente da FIFA, tem 49 anos e é outro dos fortes candidatos à sucessão de Blatter. Tem contra si as críticas de diversas organizações de direitos humanos pelo papel, que o próprio refuta, na repressão da revolta democrática de 2011 no Bahrein.
Tokyo Sexwale (África do sul)
Tem 62 anos, foi companheiro de prisão de Nelson Mandela, é reconhecido como um brilhante orador e aparece como o reflexo da renovação reclamada por muitos, sem qualquer ligação aos recentes escândalos de corrupção na FIFA. O sul-africano carece contudo de apoio no mundo do futebol, havendo muitas dúvidas de que consiga seduzir um número suficiente das 209 federações que vão eleger o próximo presidente.
Princípe Ali bin Al-Hussein (Jordânia)
É meio-irmão do rei Abdallah da Jordânia e, aos 39 anos, é o mais novo dos candidatos. Em maio, já havia sido candidato, mas derrotado por larga margem na primeira volta, desistiu a favor de Blatter antes da segunda por clara falta de apoio. Tinha a UEFA do seu lado, mas agora até esse apoio perdeu para Infantino.
Jérôme Champagne (França)
Diplomata de formação, tem 57 anos e conhece bem a FIFA por já ter sido secretário-geral do organismo. Chegou a manifestar a intenção de se candidatar às eleições de 29 de maio, assumindo a possibilidade de retirar do Qatar o Mundial de 2022, mas acabou por não se apresentar à votação por falta de apoio.
Le Cheikh Salman favori à l'élection à la présidence de la FIFA ? https://t.co/73TbZjW2ihpic.twitter.com/xVdrHGrVC9
— L'ÉQUIPE (@lequipe) 7 janeiro 2016
(“Será o Cheik Salman o favorito na eleição para a presidência da FIFA?”)