Brasil debate alterações na lei do aborto

No Brasil um grupo de investigadores, ativistas e advogados reabriu o debate relativo ao aborto.
"A mulher não pode passar por uma situação em que é obrigada a levar por diante uma gravidez dentro de uma situação de crise, epidemia ou até de pandemia" - Beatriz Galli, advogada e porta-voz do grupo Cladem
O grupo pretende requerer ao Supremo Tribunal que autorize o aborto nos casos de infeção pelo vírus Zika.
A legislação brasileira proíbe o aborto exceto num número muito restrito de casos incluindo violações ou quando a gravidez ameaça a vida da mãe.
“A gente não tem um diagnóstico 100% seguro. Como é um futuro e uma incerteza, a mulher não pode passar por uma situação sendo obrigada a levar por diante uma gravidez dentro de uma situação de crise, epidemia ou até de pandemia como disse a Organização Mundial de Saúde, em relação ao vírus da Zika”, adiantou Beatriz Galli, advogada e porta-voz do grupo Cladem.
O governo brasileiro redobrou os esforços para conter o alastramento do vírus que é transmitido pelo mesmo mosquito responsável pela febre dengue.
Muitos contudo acreditam que a criação de exceções poderá abrir a porta a abusos.
“Na verdade está-se querendo realmente permitir o aborto em muitas situações. Por exemplo, se permitir para a microcefalia, porque não para a síndrome de Down, porque não para as outras doenças que afetam de alguma forma a criança”, afirma Lenise Garcia, presidente da organização “Brasil Sem Aborto”.
Na semana passada, a presidente brasileira, Dilma Rousseff, anunciou medidas para combater o Zika. Rousseff disse que iria recorrer a cerca de 220 mil soldados que iriam ajudar a eliminar o vírus.
Entretanto, num outro desenvolvimento, as autoridades norte-americanas anunciaram esta terça-feira o primeiro caso de transmissão do vírus Zika por via sexual.