Detenções em Colónia lançam questões sobre envolvimento de refugiados

A informação já circulava há algum tempo, o procurador de Colónia tornou-a oficial, mas as coisas ainda parecem longe de esclarecidas. Entre os alegados autores das agressões cometidas na noite de Ano Novo já identificados, há muito poucos refugiados do Iraque e da Síria. O anúncio feito por Ulrich Bremer foi rapidamente reproduzido como a demonstração de que houve uma precipitação generalizada contra a recente política de acolhimento alemã.
#Cologne : 55 des 58 agresseurs identifiés du Nouvel An n'étaient pas des réfugiéshttps://t.co/qznNtto9i7
— Maxime Vaudano (@mvaudano) 14 Février 2016
Agressions sexuelles à #Cologne : la majorité des suspects sont Marocains et Algérienshttps://t.co/TqcQ1hPy6cpic.twitter.com/Q4UfsBLxvB
— Le Soir (@lesoir) 11 Février 2016
No entanto, Bremer afirmou também que os restantes supostos agressores são sobretudo requerentes de asilo ou migrantes magrebinos que entraram ilegalmente na Alemanha. O inquérito das autoridades alemãs lançou um retrato mais concreto do que aconteceu.
Os números que estão a dar outra luz à polémica
A polícia alemã já deteve 73 suspeitos das agressões contra mulheres junto à gare de Colónia durante a passagem de ano. Ao todo, foram apresentadas 1075 queixas, cerca de 600 por roubo e perto de 450 de cariz sexual. Dos detidos identificados, contam-se 30 marroquinos, 27 argelinos, 4 iraquianos, 3 tunisinos, 3 alemães, 3 sírios, 1 líbio, 1 iraniano e 1 montenegrino.
O debate em vésperas de eleições regionais
À contestação da política liberal de acolhimento de Angela Merkel seguiram-se acusações de instrumentalização dos incidentes em Colónia. Todo o debate parece agora centrar-se na pertença ou não dos suspeitos à vaga recente de refugiados que entrou no país. Em 2015, a Alemanha acolheu um número recorde de 1 milhão e 100 mil pessoas à procura de asilo.
First steps and one map for refugees in cologne: http://t.co/napmtZABvMpic.twitter.com/KCfPQrNpER
— Refugees in cologne (@refugeescologne) 3 Septembre 2015
No final de janeiro, a popularidade da aliança CDU-CSU, liderada por Merkel, tinha caído para os níveis mais baixos desde julho de 2012, situando-se em torno dos 34%. Em contrapartida, o movimento populista AfD (Alternativa para a Alemanha), anti-imigração, atingiu um patamar recorde de 12%. No próximo dia 13 de março, a Alemanha vai viver três eleiçôes regionais, nomeadamente na Alta Saxónia.