Este sábado, um asteroide de até 50 metros de diâmetro vai passar muito perto do nosso planeta, mas ainda não se sabe a verdadeira distância. É o
Este sábado, um asteroide de até 50 metros de diâmetro vai passar muito perto do nosso planeta, mas ainda não se sabe a verdadeira distância.
É o tipo de asteroide que pode significar destruição e perda de vida se colidir com o planeta.
Jeremy Wilks, euronews: “Estamos aqui com Michael Kahn, da Agência Espacial Europeia (AEE), perito em asteroides e detritos espaciais. Michael, até que ponto este asteroide é perigoso?”
Michael Kahn, Agência Espacial Europeia:
“O problema com este asteroide é que não sabemos muito sobre ele. Sabemos a órbita aproximada, mas não sabemos sequer qual é o tamanho exato dele, temos noção de que tem entre 20 a 50 metros de diâmetro. Mas aquilo que sabemos sobre a órbita é que não vai colidir connosco em março de 2016 e que vai nos encontrar duas vezes este século. Sabemos que, mesmo mais tarde não, vai colidir connosco.
EN: “O que aconteceria se um asteroide deste tamanho colidisse com o planeta terra?”
MK: “Isso é no campo das hipóteses. Eventualmente, se for dentro do tamanho mínimo das nossas expectativas – explodiria na entrada da atmosfera, como aconteceu com o de Chelyabinsk há alguns anos, que explodiu e provocou danos, felizmente sem vítimas. Se atingisse superfície faria uma cratera. Aí teríamos um problema real, estragos e eventualmente muitas pessoas mortas”.
EN: “Em geral, qual é a verdadeira extensão do perigo dos asteroides, para nós?”
MK: “Os asteroides sempre foram uma ameaça para o nosso planeta. Se olhar para a superfície da terra, consegue ver marcas de impactos. Felizmente, os maiores impactos, aqueles que mais danos provocaram, são menos frequentes. Assim, não é muito provável que isso aconteça. Mas se um grande impacto acontecer, então aí teria consequências que poderiam chegar ao fim da civilização, tal como a conhecemos. Tudo depende do tamanho do asteroide. Por isso, ser estiver a falar de algo com um quilómetro de diâmetro, então teria consequências globais.”
EN: “E o que estamos a fazer sobre isso?”
“A primeira coisa que devemos sempre fazer é perceber qual é a magnitude do problema e tentar segui-lo, basicamente, compreender o inimigo. Por isso, devemos, e estamos a fazer, seguir asteroides. Temos telescópios apontados para o céu com esse objetivo e quando alguma coisa que se pareça com um asteroide é detetada ou seja, que está em movimento – então os dados de todo esses computadores são reunidos e inseridos numa base de dados para que fique atualizada. Por isso, sabemos onde está agora, e onde vai estar dentro de 100 anos. Mas existem limitações. Não podemos observar os mais pequenos. Por isso, quanto mais pequenos forem, mais difícil é observá-los, porque são pretos e alguns deslocam-se a partir do lado do sol, como este que estamos a falar. Há sempre um risco que não podemos mitigar.”
EN: “Sim, porque o de Chelyabinsk vinha de facto do lado do sol e não o vimos chegar. Não há nada que possamos fazer ?”
MK: “Isto é de facto uma zona cinzenta, e, provavelmente, durante algum tempo não haverá nada que possamos fazer. Talvez dentro de 50 anos.”
EN: “E isso será o quê?”
MK: “Talvez tenhamos telescópios posicionados em órbita, a orbitar o sol em diferentes posições com potencial para os observar. Por isso, devemos ter vários telescópios a observar a mesma região do céu para observar objetos. Ou então, podemos ter um radar a pesquisar o espaço interplanetário, e detetar objetos ainda mais pequenos, de por exemplo 10 metros de diâmetro ou ainda mais pequenos.”