Turquia: Governo anuncia fim de intervenção contra militantes do PKK no sudeste do país

Turquia: Governo anuncia fim de intervenção contra militantes do PKK no sudeste do país
Direitos de autor 
De  Antonio Oliveira E Silva com ASSOCIATED PRESS E REUTERS
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O Governo turco deu como terminada uma operação militar levada a cabo no sudeste do país contra os militantes do partido independentista PKK e que durou cerca de três meses.

PUBLICIDADE

As autoridades turcas deram por terminada uma intervenção levada a cabo no sudeste do país contra os militantes do PKK, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, que durou cerca de três meses, obrigando as populações a mudarem os seus hábitos de vida.

A região histórica de Sur tem vivido uma situação de impasse e momentos de tensão desde 2 de dezembro quando a polícia e o exército tentaram destruir as barricadas erguidas por membros do PKK. Muitos moradores locais queixaram-se do recolher obrigatório, imposto pelo Governo turco por “questões de segurança”.

Evacuations continue in Sur in southeast Turkey amid security operations https://t.co/CVDiXJHDPvpic.twitter.com/8Dfpojpu5n

— Hürriyet Daily News (@HDNER) March 4, 2016

“O fim das operações significa que, pelo menos, poderemos reabrir o comércio. Poderemos viver normalmente. Os nossos filhos vivem de forma miserável e poderemos, ao menos, comprar-lhes algum pão”, disse um morador de Sur em entrevista à Associated Press esta quinta-feira.

No entanto, depois das operações, as tensões entre os militantes curdos e a polícia turca eram ainda evidentes. As forças de ordem dispararam gás lacrimogéneo contra centenas de manifestantes durante protesto realizado em Diyarbakir na quinta-feira (9) contra as intervenções do Estado turco na região.

Segundo a agência Reuters, a polícia deteve 33 pessoas na manifestação, que tinha sido convocada pelo HDP, o Partido Democrático dos Trabalhadores (pró-curdo), para protestar contra o que consideram ser um “massacre” levado a cabo na região histórica de Sur, cidade de Diyarbakir.

Selahattin Demirtas, do HDP, a terceira força política no parlamento de Ankara, disse à Reuters que o seu partido iria continuar a resistir ao que considera ser a “destruição de cidades” e o “assassinato de civis” em nome da luta contra o terrorismo.

#Yüksekdağ: We are over this fear. Now they face liberated women and a people marching towards victory. #March8pic.twitter.com/k90CMhyo57

— HDP English (@HDPenglish) March 8, 2016

Na quarta-feira, o Primeiro-Ministro Ahmet Davutoglu disse que “a imunidade parlamentária não deveria ser um motivo para que representantes políticos cometam crimes.”

Davutoglu disse também que o Governo turco tinha planos para tornar a vida “menos difícil” para os habitantes da região onde tive lugar a intervenção militar.

Tensões na região recordam os anos noventa

Um conjunto de cidades turcas, concentradas na região sudeste do território conhecido como Curdistão turco, tem sofrido recentemente ondas de violência que superam os conflitos registados nos anos noventa, depois do fim do cessar-fogo em vigor durante dois anos entre o Estado turco e o partido independentista curdo PKK no passado mês de julho.

O PKK conseguiu posteriormente isolar do resto da Turquia algumas das zonas do território que controla, levando o Governo turco a uma intervenção realizada com a colaboração com as forças especiais da polícia e o exército.

Foi esta quarta-feira (8) que as autoridades turcas decidiram levantar o recolher obrigatório imposto às populações locais e permitir a livre circulação entre as 5 e as 19 horas.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Responsáveis da discoteca que ardeu em Istambul detidos para interrogatório

Incêndio em discoteca de Istambul faz dezenas de mortos

Vitória da oposição é sinal de "ingratidão", dizem apoiantes de Erdoğan na Turquia