Síria: Combates no terreno ameaçam negociações de paz em Genebra

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De  Francisco Marques  com reuters
Síria: Combates no terreno ameaçam negociações de paz em Genebra

As colunas de fumo registadas alegadamente em Rastan, na província de Homs, e divulgadas esta segunda-feira ameaçam colocar em risco as negociações de paz para a Síria agora retomadas em Genebra, na Suíça. Um dos negociadores da delegação de oposição ao regime de Bashar al-Assad apelou mesmo ao contra-ataque dos rebeldes.

“Estamos chateados com os rebeldes na Síria. Nunca lhes pedimos para que ficassem em silêncio perante o mal causado pelo regime. Se as forças do regime os atacam com um míssil, eles devem responder com 10 e recuperar o controlo do máximo de áreas possíveis, aproveitando o cessar-fogo da mesma forma que o regime tem feito”, afirmava há dias Assad al-Zoubi, citado pela Reuters.

(Os rebeldes lançam ataques no ocidente da Síria, as forças governamentais prosseguem raídes aéreos, diz observador.)

Latakia, na costa oeste da Síria, e Hama, no interior, terão sido palco de ataques por parte de rebeldes contra forças governamentais. Pela manhã, alguns grupos de insurgentes anunciaram uma nova batalha contra o regime em resposta a alegadas violações do cessar-fogo acordado em fevereiro, com mediação dos Estados Unidos e da Rússia, sem envolver o combate a grupos terroristas como o “Daesh” ou a Frente Al-Nusra.

As duas cidades do centro da Síria vêm juntar-se a Homs, onde se terão voltado a registar bombardeamentos pelo exército, e a Aleppo como zonas onde o conflito se tem vindo a intensificar entre o regime de Bashar al-Assad e a oposição.

As duas partes têm vindo, contudo, a acusar-se mutuamente de violação do cessar-fogo. A oposição síria garante ter provas de ataques das forças governamentais em Aleppo e, por isso, anunciou esta segunda-feira pela sua parte o fim do acordo de suspensão das hostilidades.

(Síria: Há agora mais de 100 mil pessoas concentradas junto à fronteira com a Turquia, com combates ativos a apenas 7 quilómetros.)

Na Suíça, por fim, a delegação da oposição pediu às Nações Unidas o adiamento das negociações de paz até que as condições na Síria permitam o retomar das conversações com o regime para pôr fim a um conflito com 5 anos em que já terão morrido mais de 250 mil pessoas e que, ao lado do surgimento do grupo terrorista autoproclamado Estado Islâmico, terá provocado uma das piores crises de refugiados da história.