Com pouca o nenhuma comida, vai ser difícil jejuar durante o dia.
O Ramadão anuncia-se um mês particularmente trágico para os milhares de pessoas em Fallujah, a cidade no Iraque nas mãos do grupo radical Estado Islâmico que o exército iraquiano está agora a tentar retomar através de uma grande ofensiva.
Todos os dias, muitos arriscam a travessia do rio Eufrates para chegar a uma zona relativamente segura onde estão a ser instalados os campos de refugiados.
Os civis estão no meio de uma guerra cruzada, não só no combate ao Estado Islâmico, como no seio das forças pró-governamentais. Um líder das milícias xiitas que estão a apoiar as tropas iraquianas acusou as forças leais ao governo de traição, devido a divisões no seio da força comum.
Fazer o jejum do Ramadão, para os refugiados, vai ser uma tarefa impossível, já que para haver jejum tem também de haver comida: “Este ano não podemos fazer jejum, porque para isso precisamos também de comer e não temos nada. Antes, davam-nos favas e lentilhas, mas nos últimos quatro meses não recebemos nada. Só há barras de sabão e detergente em pó, tudo armazenado nos camiões e ainda não distribuíram nada”, diz uma mulher.
Como em qualquer situação destas, é para as crianças que a situação está a ser mais difícil. Este domingo, duas crianças morreram afogadas no Eufrates juntamente com a mãe e um homem, provavelmente o pai.
Esta é uma das muito poucas rotas que existem para quem quer deixar a zona de combates. A ofensiva sobre Fallujah começou há pouco menos de duas semanas.
“At midnight, I grabbed my children and we ran.” Aid reaches thousands fleeing the fighting in #Fallujah, #Iraq.https://t.co/e4Fs8McTEu
— ICRC (@ICRC) June 6, 2016