Depois de meses desaparecido em circunstâncias misteriosas, livreiro de Hong Kong revela que foi “sequestrado” e interrogado pelas autoridades chinesas, motivando novos protestos contra…
Depois de meses desaparecido em circunstâncias misteriosas, livreiro de Hong Kong revela que foi “sequestrado” e interrogado pelas autoridades chinesas, motivando novos protestos contra Pequim.
Apenas dois dias depois de ser libertado, Lam Wing-Kee convocou uma conferência de imprensa para denunciar os oito meses de interrogatório a que foi submetido:
“Se ficarmos silenciosos, se eu – o menos vulnerável dos cinco livreiros – ficar silencioso, Hong Kong perderá a esperança. [É preciso] dizer a todo o mundo que este incidente não me afeta apenas a mim e à minha livraria. […] O povo de Hong Kong não deve inclinar-se perante o poder”.
O livreiro explicou que ele e outros quatro colegas foram detidos e transportados para a China continental, com o aval das autoridades de Hong Kong. As revelações motivaram protestos junto à embaixada chinesa em Hong Kong:
“Dizer a verdade num período tão sombrio não é fácil. A integridade [de Lam Wing-Kee], os valores que defende e a sua coragem inspiram o povo de Hong Kong”.
Os cinco livreiros “desaparecidos” no fim do ano passado trabalhavam todos com a “Mighty Current”, uma editora especializada em obras acerca da vida privada dos dirigentes chineses e das intrigas políticas na elite governante.