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Marroquinos mobilizam-se contra lixo italiano

Marroquinos mobilizam-se contra lixo italiano
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De  Euronews
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A mobilização surgida para denunciar a importação de várias toneladas de resíduos de Itália para o Reino de Marrocos despertou a sensibilidade da opinião pública marroquina para as questões…

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A mobilização surgida para denunciar a importação de várias toneladas de resíduos de Itália para o Reino de Marrocos despertou a sensibilidade da opinião pública marroquina para as questões ambientais.

Tudo começa quinta-feira, 30 junho, quando o site de língua árabe, Hespress, revelou artigos da imprensa italiana que anunciava a existência de 2.500 toneladas de resíduos de Campania (Nápoles) a caminho do porto de Jorf Lasfar, perto de El Jadida, uma cidade da costa oeste de Marrocos.

A notícia foi imediatamente compartilhada pelos internautas transformando-se em tema de discussão nas redes sociais e na imprensa marroquina.

Lixo bom

Inicialmente, o Ministério do Meio Ambiente tentou tranquilizar a população afirmando que “a importação está em conformidade com a lei e é feita em colaboração com a Associação Profissional de cimento [APC] ao abrigo de um convenção que regulamenta as medidas e as condições de importação para este tipo de resíduos cuja utilização se destina a produzir combustíveis derivados em fornos de cimento, equipados com filtros e aparelhos para medição de emissões atmosféricas. “

Os resíduos em questão são do tipo RDF (combustível derivado de resíduos), ou seja, principalmente de pneus de plástico e não perigosos e usados ​​como alternativas para combustíveis fósseis. O Departamento de Meio Ambiente acrescentou que essa mesma operação de recuperação de energia “é executado como um teste preliminar de co-incineração industrial, a fim de desenvolver um estudo”.

Face à polémica a seguinte petição foi lançada na internet :
“O Ministério do Meio Ambiente assinou um contrato para importar resíduos italianos, principalmente da Campania, durante um período três anos e cujo montante total é de 5 milhões de toneladas. O lixo é prejudicial para a saúde dos cidadãos, por várias razões; mas antes de mais devido à sua acumulação desde 2007; entre os componentes tóxicos estão vários metais. Vamos mobilizar para impedir a queima desses resíduos e evitar consequências adversas que levem à degradação do solo agrícola e ao surgimento de doenças crónicas e malformações congénitas permanentes sobre a saúde dos cidadãos, especialmente os residentes de El Jadida.”

Mais de 18 000 pessoas já assinaram o documento.
https://www.change.org/p/refus-de-la-gestion-des-d%C3%A9chets-italiens-sur-le-territoire-marocain?recruiter=21649130&utm_source=petitions_show_components_action_panel_wrapper&utm_medium=copylink

Lixo e máfia italiana

Os resíduos também preocupam após o grande grande escândalo em 2013 em Itália, provocado pela criação de uma rede ilegal em Campania que controlava o tratamento dos resíduos da região. Em 2015, o Tribunal de Justiça da União Europeia condenou o país a pagar 20 milhões de euros e 120. 000 multas diárias por atentado contra o meio ambiente durante vários anos, especialmente em Nápoles.

A indignação nas redes sociais e sites é resumida em duas frases: “Marrocos não é uma lata de lixo!”
“ Não queremos que o nosso país se transforma em lixo dos paíse industrializados.”

Face ao movimento de contestação gerado nos últimos dias, o Ministério do Meio Ambiente marroquino apressa-se a moderar, afirmando que “ foram realizadas análises antes e após a entrada dos resíduos em território nacional para garantir que eles não são perigosos.” Mas a 5 de julho, o ministro Hakima El Haite anunciou à imprensa que “ainda não foi tomada a decisão de importar o lixo italiano. Duas outras análises capitais devem ser realizadas às 2 500 toneladas de resíduos. “

*Marroquinos despertam para a ecologia”

A polémica mostra, em parte devido à dimensão da mobilização, que o tema da protecção do ambiente, que nunca federado muita gente no país, é agora importante para os marroquinos.

“Na década de 1990 e até início de 2000, tal mobilização teria sido inconcebível”, analisa a socióloga Mohamed Madani. No momento, é a questão palestiniana e a situação no Iraque, em particular, que levam as pessoas à rua. Esta sensibilização para as questões ambientais é o resultado de um trabalho em profundidade feito por ONGs locais e internacionais e retransmitidas pelas redes sociais. “

Big protest in Asfi against import of tons of garbage from Italy to Morocco. pic.twitter.com/Aj5FJdZYy5

— Mariam El Maslouhi (@mariammaslouhi) July 11, 2016

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