A Convenção Nacional do Partido Democrata onde Hillary Clinton deverá receber a nomeação oficial enquanto candidata começou e as divisões internas agudizaram-se.
A Convenção Nacional do Partido Democrata onde Hillary Clinton deverá receber a nomeação oficial enquanto candidata começou e as divisões internas agudizaram-se.
Não há desculpa para deixar Donald Trump destruir a história dos Estados Unidos
Governador de Washington DC
Ao som do nome da ex secretária de Estado da Defesa na boca do padre cristão que liderou a oração de abertura, a vaia dos apoiantes de Bernie Sanders, o rival excluído da corrida, ecoou em Filadélfia.
No matter who you supported in the primary, we are united and stronger together. #DemsInPhillypic.twitter.com/C3Ynm21jKo
— Hillary for America (@HFA) July 26, 2016
Na sexta feira, a WikiLeaks revelou milhares de emails onde a preferência do partido por Clinton e as tentativas de minar a campanha de Sanders eram claras. Na sequência do escândalo, a presidente da convenção nacional, Debbie Wasserman Schultz, demitiu-se.
Os apoiantes de Sanders manifestavam-se confusos com declarações como: “O que faço é esperar para decidir. Vou esperar e ver como isto corre. Dizer o que farei daqui a uns meses é insensato quando toda esta campanha tem sido literalmente caótica.” ou “Sou um total apoiante de Bernie Sanders, mas não quero o Trump. É só isto que posso dizer.”
Susan Sarandon is having literally the worst time at the #DemConventionpic.twitter.com/Ola9Hi3y5o
— Ian McKenna (@Ian_McK_) July 26, 2016
Sanders queixou-se várias vezes durante as primárias sobre a actuação da liderança do partido contra ele.
Agora que saiu da corrida e apoiou na segunda feira Hillary Clinton sendo também vaiado por isso, a equipa de Clinton minimiza a reação aos emails agora tornados públicos e tentam sublinhar a unidade na escolha da candidata: “As primárias democráticas não foram decididas por pensamentos aleatórios, trocados em emails por responsáveis do Congresso Nacional. Foram decididas nas urnas por todos os democratas e independentes que participaram nas primárias e votações durante os últimos meses.”, diz Brian Fallon, porta voz da campanha da ex secretária de Estado.
Não contar com os votos dos apoiantes de Sanders em Clinton é um risco para o Partido Democrata, adianta Jay Inslee, governador de Washington: “Estou confiante de que seremos um grupo unido a caminho de novembro. Não há desculpa para deixar Donald Trump destruir a história dos Estados Unidos como sendo um farol de esperança.”
While Bernie has totally given up on his fight for the people, we welcome all voters who want a better future for our workers.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 25, 2016
Confiança é a palavra chave para os eleitores americanos a esta altura. Entre uma campanha incendiária do republicano Donald Trump e as cisões que também se verificam no partido democrata, as eleições de 8 de novembro parecem de decisão difícil, como diz à Euronews Stefan Grober, correspondente em Washington DC: “Bernie Sanders está agora completamente do lado de Hillary Clinton, mas os seus apoiantes mais ferrenhos não. Alguns deles ameaçam debater-se até ao fim com a nomeação de Tim Kaine como candidato vice presidencial. Assim vai a unidade do Partido.”
Tanto, que a presidente da convenção teve de pedir que as vaias parassem. Foi um primeiro dia na convenção nacional democrata tão surpreendente que a presidente da câmara de Baltimore, Stephanie Rawlings-Blake, teve de voltar ao palco depois da sua intervenção: tinha-se esquecido de dar as tradicionais pancadas que marcam a abertura oficial da convenção.