Acordo de cessar-fogo no leste da Ucrânia com eleições russas na Crimeia pelo meio

Acordo de cessar-fogo no leste da Ucrânia com eleições russas na Crimeia pelo meio
De  Francisco Marques
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A poucos dias de umas controversas eleições parlamentares da Rússia também previstas para a península da Crimeia, um acordo entre o governo da Ucrânia e rebeldes separatistas pró-russos terá sido alca

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A poucos dias de umas controversas eleições parlamentares da Rússia também previstas para a península da Crimeia, um acordo entre o governo da Ucrânia e rebeldes separatistas pró-russos terá sido alcançado com vista a um cessar-fogo no conflito a decorrer no leste do país e para uma eventual retirada militar de certas regiões.

Um dos mediadores deste acordo foi o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha. Frank-Walter Steinmeier revelou ter chegado a Kiev “com um compromisso de Moscovo, recebido terça-feira”: “a partir desta quarta-feira à noite vai haver um cessar-fogo da parte dos separatistas. Para já, durante sete dias e a começar à meia-noite.”

 

França: Anexação da Crimeia é ilegal

O correspondente em Paris da plataforma informativa ucraniana Ukrinform questionou esta quarta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês sobre a posição do Eliseu face às eleições russas se estenderem à Crimeia. “O Presidente da República (François Hollande), na conversa telefónica com o Presidente russo e a Chanceler alemã, a 16 de agosto, relembrou a posição consistente da França, que na essência é a de que a anexação da Crimeia é ilegal”, reiterou Romain Nadal, porta-voz do MNE de França.
Outro dos mediadores do acordo foi o responsável diplomático da França. Jean-Marc Ayrault sublinhou o reassumir de todas as partes da “adesão aos acordos de Minsk” sem qualquer outra alternativa sobre a mesa.

“Não há plano B. O acordo de Minsk tem de ser implementado”, reforçou o ministro francês, aproveitando para criticar a decisão da Rússia de alargar as eleições de domingo à Crimeia, península outrora autónoma da Ucrânia cuja anexação unilateral por Moscovo não é reconhecida, entre outros, pela União Europeia.

Pelo lado do governo ucraniano, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse ser preciso “ver com clareza os passos que vão ser dados e também as garantias de cumprimento do acordo pelo lado russo.”

“A evolução da implementação deste acordo tem de permitir a possibilidade de se ir ao encontro das reuniões no formato do sucedido na Normandia”, afirmou Pavlo Klimkin, reportando-se aos encontros de junho de 2014 naquela região francesa integrando Alemanha, França, Ucrânia e Rússia.

(Klimkin: “Vamos continuar a trabalhar para que os representantes da OSCE possam estar presentes em todo o território ocupado de Donbass)

O conflito armado no leste da Ucrânia resultou da revolução de 2014 em Kiev, da qual resultou a destituição do então presidente Viktor Yanukovich e a anexação da península da Crimeia pela Federação russa. A guerra entre as forças militares ucranianas e os rebeldes separatistas pró-russos já terão provocado a morte de mais de 9500 pessoas nos últimos dois anos e meio.

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