A trégua na Síria transformou-se esta noite numa guerra aberta entre Estados Unidos e Rússia no Conselho de Segurança da ONU.
A trégua na Síria transformou-se esta noite numa guerra aberta entre Estados Unidos e Rússia no Conselho de Segurança da ONU.
Moscovo acusou Washington de defender o grupo Estado Islâmico, depois da aviação norte-americana ter inadvertidamente bombardeado o exército sírio na cidade de Deir Ezzor.
A coligação militar internacional na Síria confirmou o ataque aéreo, sugerindo que poderia ter confundido os militares sírios com combatentes do grupo Estado Islâmico.
Para Vitaly Churkin, embaixador russo na ONU,
“O que a embaixadora norte-americana fez hoje é revelador da reação do seu país quando se encontra em maus lençóis. Mas espero que encontre uma forma de convencer-nos, a nós e a toda a gente, que estão verdadeiramente a favor de um acordo político na Síria e da luta contra o terrorismo e que não vão tolerar aqueles para quem qualquer tipo de cooperação com a Rússia é mais perigosa politicamente do que o triunfo do Estado Islâmico e dos terroristas na Síria e no Iraque”.
A embaixadora norte-americana tinha abandonado momentos antes a reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU, convocada por Moscovo, para denunciar uma manobra cínica e hipócrita.
“O regime de Assad tem atacado de forma intencional alvos civis, com uma horrível e previsível regularidade, e no entanto, face a estas atrocidades, a Rússia não se manifestou, nem pediu uma investigação, nem convocou uma reunião de emergência a um sábado à noite no Conselho de Segurança”, afirmou Samantha Power.
O bombardeamento norte-americano que, segundo Damasco, provocou a morte de 80 militares, arrisca-se assim a ser o derradeiro capítulo da trégua iniciada na segunda-feira e que deveria selar a cooperação militar entre Washington e Moscovo no terreno.