Se o "não" vencer o referendo constitucional, isso significa a saída de cena do chefe do governo italiano.
Matteo Renzi cantou “O Sole Mio” no último comício, mas será que a canção do primeiro-ministro italiano vai ser uma canção de adeus ou de vitória? A Itália está a pouco mais de 48 horas de saber.
O chefe do governo joga o tudo por tudo no referendo constitucional deste fim de semana e promete demitir-se caso a reforma da constituição seja rejeitada. As sondagens dão, para já, vantagem ao “não”.
O principal ponto da reforma é o fim da eleição dos senadores por sufrágio universal, que passariam a ser nomeados diretamente pelos órgãos locais. O senado fica enfraquecido, deixa de poder votar a confiança ao governo. O poder das regiões fica enfraquecido e acabam as províncias.
Renzi está praticamente sozinho. O “não” é defendido pelos partidos mais à esquerda e mais à direita, pela Forza Italia de Berlusconi e até por uma parte do próprio partido do primeiro-ministro, o Partido Democrático.
Os eleitores estão divididos: “Penso que o ‘sim’ vai trazer mais estabilidade. Sobretudo, o país, que está estagnado, vai tentar ser mais dinâmico. O mundo está em rápido movimento e a Itália é lenta”, diz Anna Camerano, residente em Roma. Claudio de Angelis, também de Roma, defende o “não”: A opinião popular diz que alguma coisa vai mudar. Esperemos que as coisas melhorem se o ‘não’ vencer”.
Entre os apoiantes do “não”, a voz que mais se tem levantado é a de Beppe Grillo, o fundador do “Movimento 5 Estrelas”, a força populista que está em ascenção em Itália e conquistou, recentemente, as câmaras municipais de Roma e Turim.