É o aumentar da tensão entre a Sérvia e o Kosovo.
É o aumentar da tensão entre a Sérvia e o Kosovo.
O polémico comboio, pintado com as cores da bandeira sérvia e com frases onde se lia “o Kosovo é da Sérvia”, que este sábado saiu de Belgrado, não chegou ao destino final, Kosovska Mitrovica, no norte do Kosovo.
#Live RTS #blog about a
supposed to be normal #train which became #politics: #Beograd – #KosovskaMitrovica#Serbia: https://t.co/W2lPeoSJBQpic.twitter.com/YgKhzleaxg— fabianvendrig (@fabianvendrig) January 14, 2017
A viagem da composição ferroviária parou em Raska, a última localidade antes da fronteira entre os dois países.
O presidente kosovar, Hashim Thaci, ordenou que a polícia impedisse a entrada do comboio no país, uma vez que não tinha autorização para cruzar a fronteira.
O primeiro-ministro sérvio, Aleksandr Vucic, disse ter ordenado que a composição parasse, ainda na Sérvia pois “as autoridades kosovares enviaram unidades especiais armadas” para a fronteira pois queriam “prender o maquinista e todos os passageiros”. O governante sérvio acusou ainda as autoridades de Pristina de quererem “obter uma vitória política” e provocar “um conflito de grande envergadura”.
A tentativa de Belgrado em retomar a ligação ferroviária entre a capital sérvia e Kosovska Mitrovica, no norte do Kosovo, 18 anos após o conflito, é vista pelas autoridades de Pristina como “uma provocação”.
A Sérvia não reconhece a independência do Kosovo, a sua antiga província.
O incidente fez escalar a tensão entre os dois países que em 2013, sob a égide da União Europeia, assinaram um acordo para normalizar as relações.
A tensão entre a Sérvia e o Kosovo explica-se com a recente prisão, em França, do antigo primeiro-ministro kosovar Ramush Haradinaj. Belgrado está a pressionar Paris para que seja extraditado
A justiça sérvia pretende julgar este antigo alto responsável do Exército de Libertação do Kosovo (UÇK, separatistas albaneses) por suspeitar de crimes de guerra cometidos contra civis durante a rebelião contra as forças de Belgrado (1998-1999).
Esta guerra provocou 13.000 mortos e conduziu à secessão desta região através de um “protetorado internacional”, e à sua posterior independência unilateral em 2008.
Primeiro-ministro durante um curto período entre 2004 e 2005, Ramush Haradinaj foi absolvido em 2010 pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia.
Atualmente líder da Aliança para o futuro do Kosovo, um partido da oposição ao Presidente Hashim Thaçi, Haradinaj foi detido a 04 de janeiro pela polícia francesa no aeroporto de Bâle-Mulhouse, após a sua chegada ao país.
Com: Reuters; AFP; Lusa