Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

O Daesh destruiu a agricultura do Iraque e deixou os terrenos minados

O Daesh destruiu a agricultura do Iraque e deixou os terrenos minados
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Copied

À medida que vai perdendo terreno, o Daesh deixa no Iraque uma agricultura devastada, como é o caso da província de Ninive, conhecida como o celeiro do país.

PUBLICIDADE

À medida que vai perdendo terreno, o Daesh deixa no Iraque uma agricultura devastada, como é o caso da província de Ninive, conhecida como o celeiro do país.
O exército expulsou os jihadistas da parte oriental de Mossul, capital da província e das aldeias à volta como Qaraqosh, Baashiqah e Omar Qapchi.

Mas o terror e a má gestão do Daesh destruiram os agricultores como Sami Yuhana, que vendia 100 toneladas de trigo por ano até ao momento em que os combatentes lhe encostaram uma pistola à cabeça e lhe confisacaram as terras da aldeia cristã de Qaraqosh.
“Como é que vou ser capaz de reconstruir isto outra vez?A nossa esperança é que as organizações internacionais nos ajudem, porque do governo não temos qualquer esperança. Se me quiserem dar alguma compensação vão ter que compensar muita gente, de Bassorá a Duhok”, afirma.

Só a província de Ninive produzia 1,5 milhões de toneladas de trigo por ano – cerca de 21% da produção total do Iraque. Com o Daesh a produção caiu para 300 mil toneladas.

Estima-se que cerca de 70% dos agricultores fugiram com a chegada do Daesh à região e os que ficaram foram obrigados a pagar taxas enormes, como Abdel Salam Younis, agricultor de Omar Qapchi:
‘‘Tinham aqui uns escritórios onde íamos pagar o zakat (o imposto islâmico), não podíamos escapar. Se não pagássemos iam atrás de nós faziam-nos pagar uma multa e depois prendiam-nos”, conta.

Mas o Estado Islâmico (Daesh) não conseguiu gerir a agricultura: pagava uma tonelada de trigo a 188 euros aos agricultores, enquanto o governo a pagava a 565 euros. Para além disso, os combatentes confiscaram 1,1 milhões de toneladas de trigo dos silos do governo e venderam 40% das máquinas agrícolas para se financiarem.

Mas aos estragos nas instalações agrícolas, como os canais de irrigação, junta-se um outro problema mais preocupante, como explica o presidente da associação dos agricultores de Baashiqah., Aref Hassan: “Esperamos que as organizações internacionais e os organismos de desminagem limpem os terrenos agrícolas de todos os explosivos e minas. Esta área estava na primeira linha da batalha contra o Daesh e está pejada de minas. Os agricultores não podem voltar às suas terras”.

Uma situação que promete durar numa altura em que, segundo a FAO, 2,4 milhões de iraquianos não têm acesso a alimentação suficiente.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Ainda faltam identificar 18 corpos do incêndio em centro comercial no Iraque que fez dezenas de mortos

Milhares reúnem-se na região curda do Iraque para celebrar o festival de Nowruz

Presidente do Irão procura cimentar laços no Iraque