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Eleições no Iraque: votação antecipada para forças de segurança e pessoas deslocadas começou no domingo

Um deslocado yazidi verifica a sua impressão digital antes de votar nas eleições parlamentares iraquianas, marcadas para 11 de novembro, numa assembleia de voto no campo de Sharia, perto de Dohuk
Um deslocado yazidi verifica a sua impressão digital antes de votar nas eleições parlamentares iraquianas, marcadas para 11 de novembro, numa assembleia de voto no campo de Sharia, perto de Dohuk Direitos de autor  Copyright 2025 The Associated Press. All rights reserved.
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De Sertac Aktan com AP
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As eleições, com 7.744 candidatos na corrida, determinarão se o primeiro-ministro al-Sudani conseguirá um segundo mandato num contexto de tensões regionais.

Antes da realização das eleições legislativas desta semana no Iraque, os membros das forças de segurança iraquianas e as pessoas deslocadas que vivem em campos de refugiados puderam votar, no domingo, antecipadamente.

Estima-se que 1,3 milhões de elementos do exército e das forças de segurança e cerca de 26.000 pessoas deslocadas pudessem votar.

Concorrem às eleições 7.744 candidatos, a maior parte dos quais pertencentes a partidos que defendem interesses sectários. O dia das eleições está marcado para terça-feira.

As eleições, que ajudarão a determinar se o primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, conseguirá um segundo mandato, ocorrem num contexto de receios de um novo conflito entre Israel e o Irão, e de um equilíbrio que o Iraque procura manter entre Teerão e Washington.

Minoria yazidi deslocada vai às urnas

Os yazidis, muitos dos quais fugiram das suas casas há mais de uma década após os ataques do grupo Estado Islâmico, votaram num campo perto de Dohuk, na região semi-autónoma curda do norte do Iraque. Muitos ainda não puderam regressar a casa devido a disputas políticas e à falta de infraestruturas.

Durante a sua campanha terrorista, os militantes do Estado Islâmico devastaram o distrito iraquiano de Sinjar, na província de Nínive, matando e escravizando milhares de yazidis, que o grupo extremista considerava hereges.

Desde que o Estado Islâmico foi derrotado no Iraque e na Síria, os membros da comunidade yazidi têm regressado às suas casas em Sinjar, mas muitos não veem aí qualquer futuro. Não há dinheiro para reconstruir as casas afetadas. As infraestruturas continuam destruídas. Vários grupos armados dividem a zona.

Edris Zozani, um deslocado yazidi que votou no referido campo, revelou ter votado no Partido Democrático Curdo, ou KDP, um dos dois principais partidos curdos do país, que tem influência em Dohuk.

"Se tivermos candidatos yazidis independentes, eles não nos poderão representar eficazmente", argumenta. "Mas se forem ao parlamento como parte de listas fortes, como a do KDP, estarão em melhor posição para apoiar a comunidade yazidi."

Uniformes nas urnas em Bagdade

Na capital iraquiana, votaram soldados e polícias iraquianos, bem como membros das Forças de Mobilização Popular, uma coligação de milícias maioritariamente xiitas, apoiadas pelo Irão, que se uniram para combater o Estado Islâmico. A coligação foi formalmente colocada sob o controlo das forças armadas iraquianas em 2016, mas, na prática, continua a funcionar com uma autonomia significativa.

O destino das Forças de Mobilização Popular será uma questão complicada para o próximo parlamento, no contexto das tensões entre Bagdade e Washington sobre a presença de milícias apoiadas pelo Irão no Iraque.

O parlamento tem estado a considerar adotar legislação que solidificaria a relação entre os militares e as Forças de Mobilização Popular, suscitando objeções de Washington.

"Votei na lista que defende as Forças de Mobilização Popular", afirmou um miliciano após a votação em Bagdade, falando sob condição de anonimato porque não estava autorizado a falar com os jornalistas. Não especificou, no entanto, a que lista se referia.

Vários dos grupos armados que compõem as Forças de Mobilização Popular têm partidos políticos associados que participam nas eleições.

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