Fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte não deve ser "rígida"

Fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte não deve ser "rígida"
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De  Isabel Marques da Silva
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A Irlanda recebeu garantias da Comissão Europeia de que as negociações sobre o Brexit vão dar especial atenção à delicadeza da fronteira com a Irlanda do Norte, território do Reino Unido.

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A Irlanda recebeu garantias da Comissão Europeia de que as negociações sobre o Brexit vão dar especial atenção à delicadeza da fronteira com a Irlanda do Norte, território do Reino Unido.

No final de uma reunião, esta quinta-feira, em Bruxelas, Jean-Claude Juncker disse que “não queremos passar a ter fronteiras rígidas entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda”.

“Não queremos pôr em risco o Acordo de Paz de Sexta-feira Santa e queremos que as fronteiras terrestres sejam tão abertas quanto possível, porque os desafios irlandeses, neste contexto, não são apenas irlandeses, mas também são desafios europeus”, acrescentou Juncker.

Com uma economia altamente dependente do comércio com o Reino Unido, e a única fronteira terrestre com esse país, a Irlanda é amplamente vista como o país que mais perderá quando seu vizinho abandonar a União Europeia.

Além do problema do controlo de fronteiras, ao nível do comércio e de circulação de pessoas, está em causa a estabilidade política numa região que viveu um conflito armado entre nacionalistas e unionistas.

O primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, disse que “não queremos de maneira alguma que o Acordo de Paz de Sexta-feira Santa seja lesado. É uma das nossas prioridades, até porque a Europa apoiou fortemente o processo de paz”.

Uma década antes da assinatura do acordo de paz, realizada em 1998, a União Europeia já financiava o processo de reconciliação e desenvolvimento.

O “Programa Paz” tem sido sempre renovado e o pacote número quatro, que vai de 2014 a 2020, tem um orçamento de 270 milhões de euros.

Com o Brexit, a Irlanda do Norte deixará de fazer parte da União Europeia, mas os laços históricos, sociais e económicos com o resto da ilha – a República da Irlanda – deverão estar na linha da frente para evitar novas fricções.

O conflito durou três décadas e fez mais de 3500 mortos.

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