May defende na Escócia "unidade" do Reino Unido

A dois dias de lançar o processo de saída da União Europeia, a primeira-ministra britânica foi a Glasgow para defender a necessidade de manter a “unidade” no Reino Unido e sublinhar à chefe do governo escocês que “não é o bom momento” para reclamar a independência.
Foi o primeiro encontro desde que Nicola Sturgeon anunciou a intenção de convocar um novo referendo sobre a autodeterminação, no fim de 2018 ou início de 2019.
A primeira-ministra escocesa diz que “pensava, com base nos relatos dos media, que [Theresa May] vinha oferecer algo no sentido de mais poderes, mas não foi o caso. Não houve qualquer garantia real de que os poderes, quando regressarem de Bruxelas […], não serão centralizados em Westminster”.
Se, por um lado, Sturgeon afirmou que o diálogo com May foi cordial, por outro sublinhou que não permitiu qualquer avanço notável.
Antes do encontro, a primeira-ministra britânica defendia que “no momento em que o Reino Unido sai da União Europeia e forja um novo papel no mundo, a força e a estabilidade [do país] tornar-se-ão ainda mais importantes”.
Sturgeon aproveitou a decisão de May de abandonar o mercado único para reivindicar um novo referendo à independência, dois anos depois da consulta de setembro de 2014, quando 62 por cento dos escoceses votaram para permanecer no bloco comunitário. Segundo Sturgeon, o chamado “Brexit duro” ameaça dezenas de milhares de empregos na Escócia.