"Las invasiones": Onde os colombianos ocupam um lugar

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O bairro chama-se Centenario. Mas não é um bairro como os outros. Faz parte das chamadas "invasiones", o terreno colombiano ocupado da noite para o dia.

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O bairro chama-se Centenario. Situa-se nos arredores de Puerto Asís, um município da região de Putumayo, na Colômbia. Mas este não é um bairro como os outros. Os locais dizem que faz parte das chamadasinvasiones, as porções de terreno ocupadas da noite para o dia por pessoas que tiveram de abandonar as suas casas. Neste momento, o Centenario acolhe cerca de 260 famílias.

José Luis Barreiro García, da ONG Action Against Hunger, explica-nos que “as pessoas que vivem aqui vêm de vários pontos da região e do país. Esta é uma zona onde os deslocados podem encontrar proteção. Normalmente, são situações nas quais as próprias pessoas querem permanecer anónimas, sem que ninguém saiba de onde vêm e o que lhes aconteceu. Têm medo. Por isso, ninguém faz muitas perguntas. Toda a gente tem uma história e costuma ser complicada”.

y más y más invasiones al occidente de #Cucuta… y se agravará aun más con el paro del #Catatumbo FOTO pic.twitter.com/QIj5dXcman RT CUCUTAURB</a></p>— Catatumbo 77 Cucuta (catatumbo77) 19 juillet 2013

“A quem é que pertencem estas terras?”, perguntamos. “Pertencem ou à municipalidade, e portanto são públicas, ou a privados. As pessoas chegam e pouco a pouco vão ocupando os terrenos. Se forem privados, o proprietário solicita uma indemnização à Câmara. O lote passa a ser público e a estar disponível para os deslocados. Se a parcela for do município, é o mesmo. É frequente que, à medida que o tempo passa, as terras acabem por transitar para o nome dos que as ocupam. Não é oficialmente um bairro. Não há serviços, não há água, não há eletricidade, não há rede de saneamento…”, responde Barreiro García.

“Mas vimos famílias que pagam esses serviços e até renda…”, salientamos. “Há quem pague renda se a casa pertencer, por exemplo, a alguém que tenha chegado há três anos. Nesse caso, são proprietários que conseguiram melhorar um pouco a situação em que vivem e passar de uma casa de madeira para uma casa de tijolo. E assim conseguem arrendar a casa antiga. Como não há oficialmente serviços disponíveis, a empresa de eletricidade coloca um contador à porta do bairro e cobra o mesmo montante a todos. Toda a gente tem de pagar 50 mil pesos. Tanto faz se tiver uma loja com frigorífico e várias luzes ou só uma televisão e uma lâmpada. Todos pagam o mesmo. 50 mil pesos são mais ou menos entre 15 e 17 euros. É muito dinheiro para estas pessoas”, explicam-nos.

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