Moscovo cometeu falhas graves em Beslan, afirma Tribunal Europeu dos Direitos Humanos

A tragédia da escola de Beslan podia ter sido evitada, se as autoridades russas não tivessem cometido tantos erros, declarou esta quinta-feira o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
Segundo o Tribunal de Estrasburgo, as autoridades russas são responsáveis por falhas graves nas operações contra o ataque terrorista, em 2004, no qual morreram cerca de 330 pessoas, entre as quais 186 crianças.
De acordo com o veredito, os 409 cidadãos russos que recorreram à deliberação do orgão jurídico do Conselho da Europa têm direito a um total de três milhões de euros de indemnizações, a pagar por Moscovo.
O tribunal considerou que as autoridades russas podiam ter tomado medidas para impedir o cerco, usaram de demasiada força no ataque, conduziram mal as negociações com os rebeldes tchetchenos e as investigações posteriores sobre o caso.
No dia 1 de setembro de 2004, um comando de terroristas fez reféns mais de mil pessoas, a maioria das quais crianças, na escola de Beslan, na Ossétia do Norte. Exigiam que o exército russo se retirasse de território tchetcheno.
As forças de segurança russas contribuiram para um número elevado de vítimas mortais por terem usado contra a escola armas tão poderosas como “um canhão de assalto, lança-granadas e lança-chamas”, afirmou o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
Há mais de uma década que os familiares das vítimas afirmam que o atentado podia ter sido prevenido e que os erros na operação de socorro foram a principal causa do elevado número de mortos.