A Turquia vota no domingo num referendo crucial acerca da eventual passagem de um sistema parlamentar para um regime presidencialista.
A Turquia vota no domingo num referendo crucial acerca da eventual passagem de um sistema parlamentar para um regime presidencialista.
Com as últimas sondagens a indicarem um empate técnico entre o “sim” e o “não”, o presidente turco tem multiplicado as intervenções para defender as reformas constitucionais que resultarão num fortalecimento dos seus poderes.
Num comício em Konya, Recep Tayyip Erdogan atacou a Organisação para a Segurança e Cooperação na Europa, depois desta destacar que a consulta popular decorre sob o estado de emergência que “reduziu as liberdades fundamentais” no país. Erdogan afirmou que a OSCE “devia saber o seu lugar”, acrescentando que essa “não é a sua função”.
A OSCE vai observar o escrutínio, que será também acompanhado por uma delegação do Conselho da Europa. Temendo que uma vitória do “sim” resulte no reforço da deriva autoritária de Erdogan, a oposição também tem multiplicado os comícios na reta final da campanha.
Em Istambul, o líder do Partido Republicano do Povo, Kemal Kilicdaroglu, afirmou que os turcos “não devem jogar com o futuro das suas crianças”, nem “sacrificar a hipótese de ter oportunidades iguais, igualdade face à Justiça e o direito de pedir contas às autoridades”.
O eleitorado ultranacionalista poderá ter a chave do escrutínio e, por isso, Erdogan negou, esta sexta-feira, querer transformar a Turquia num Estado federal. Tradicionalmente contra o presidente, o partido da direita ultranacionalista MHP, anti-federalista, deverá aliar-se ao “sim” no referendo.