Terminaram as presidenciais francesas, mas o país continua no centro da atualidade: em junho realizam-se as legislativas, naquela que será a primeira prova de fogo para o recém eleito…
Terminaram as presidenciais francesas, mas o país continua no centro da atualidade: em junho realizam-se as legislativas, naquela que será a primeira prova de fogo para o recém eleito presidente. Emmanuel Macron necessita de uma maioria parlamentar para formar governo.
Nabila Ramadani, jornalista e analista política, lembra que “o primeiro desafio para Macron é garantir uma maioria suficiente no Parlamento para governar e aplicar as reformas prometidas durante a campanha”.
De acordo com a Constituição francesa, o presidente está encarregue de escolher o primeiro-ministro que, depois, nomeia os ministros, normalmente da mesma linha política do presidente.
As legislativas de junho podem conduzir a três cenários diferentes: se Macron garante a maioria absoluta no parlamento, pode promulgar, sem entraves as políticas favoráveis à Europa e economicamente liberais; no caso de que o movimento que lidera seja o mais votado, mas sem chegar à maioria, a margem de manobra reduz-se substancialmente e terá de realizar alianças; a terceira possibilidade é que se chegue a uma maioria de oposição na câmara baixa do hemíciclo e o novo presidente pode ser obrigado a nomear um primeiro ministro que não é da sua confiança política. Ou seja, passaria a existir a chamada “cohabitação”. Ou seja, Macron teria as mãos atadas perante uma oposição constante.
Em França existiram três períodos de cohabitação. Políticamente é uma situação difícil, onde há um fogo cruzado entre as várias partes.
A equipa de Macron multiplica-se em iniciativas para garantir uma vitória mas as mais recentes sondagens mostram que 61% da população não vê com bons olhos que o movimento “En Marche” tenha uma maioria parlamentar.