As oito nobres alugaram um piso inteiro num hotel de luxo da capital belga durante vários meses.
Esta é uma história de princesas, mas que não está a ter um final feliz, pelo menos para elas. São oito princesas dos Emirados Árabes Unidos, que começaram esta sexta-feira a ser julgadas em Bruxelas, num alegado caso de escravidão doméstica. As oito nobres alugaram um piso inteiro num hotel de luxo da capital belga durante vários meses e são acusadas de maus tratos aos empregados particulares e pessoal do hotel.
O pessoal doméstico que as acompanhou, segundo testemunhos, era tratado como escravos: “É um dossiê simbólico, por isso insistimos em ser queixosos neste processo. Em parte, devido à personalidade das arguidas, que são princesas dos Emirados Árabes Unidos. Por outro lado, devido ao tipo de exploração que está em causa, que é a exploração doméstica, uma forma menos conhecida de exploração económica, que acontece em círculos fechados e que é muito mais difícil de detetar”, disse Patricia Le Cocq, da associação MYRIA.
A MYRIA, que desencadeou este processo, é uma associação que luta pelos direitos fundamentais dos imigrantes e contra o tráfico de seres humanos. Os empregados das oito princesas foram levados para a Bélgica sem visto de trabalho e mantidos em condições desumanas, segundo vários testemunhos.