A primeira-ministra delegou a defesa dos Conservadores em Amber Rudd e permitiu ao rival trabalhista reforçar a posição junto do eleitorado.
A primeira-ministra do Reino Unido e líder do Partido Conservador, Theresa May, esteve ausente no debate eleitoral promovido quarta-feira à noite pela televisão estatal BBC, mas acabou por estar bem presente nas palavras da oposição.
O principal rival nas eleições do próximo dia 08 de junho, o trabalhista Jeremy Corbyn, até foi dos menos implicativos com a ainda favorita, mas não poupou as políticas do executivo e reforçou a posição.
May foi acusada de falta de coragem por ter delegado na secretária de Estado dos Assuntos Internos, Amber Rudd, a defesa do governo e a promoção dos “Tories” na continuidade do processo de negociação do “Brexit”.
A “porta-voz” da primeira-ministra tentou minimizar a ausência da líder com a existência de “uma equipa forte” entre os Conservadores e enalteceu a alegada robustez da economia britânica.
“Precisamos de ter a certeza de que temos essa forte economia e a forma de nos certificarmos disso é assumindo uma forte posição negocial neste processo de saída da União Europeia”, expressou Amber Rudd.
To take advantage of the opportunities ahead, we need to make a success of Brexit. I believe in Britain, and have a clear plan for the UK. pic.twitter.com/thsOiCH6kY
— Theresa May (@theresa_may) 31 de maio de 2017
Na oposição, Jeremy Corbyn salientou que a determinação dos Trabalhistas “é a de que aqueles que produzem a riqueza do país devem beneficiar dela”.
“O que temos visto é um crescente distanciamento entre os que trabalham e os que estão no topo. A diferença salarial é de 186 vezes mais entre os que estão no rés-do-chão e os que estão nas administrações. Isso tem de mudar e nós vamos garanti-lo”, prometeu Corbyn.
Tonight we saw the real choice facing our country. On 8 June, you have the power to decide. Vote Labour #ForTheMany, not the few. #BBCDebatepic.twitter.com/Z923oBnWnZ
— Jeremy Corbyn (@jeremycorbyn) 31 de maio de 2017
Os restantes candidatos surgiram mais focados na ausência de Theresa May. Entre diversos argumentos contra a primeira-ministra, Tim Farron, o líder dos Liberais Democratas, deixou no ar a questão “onde pensam que está esta noite Theresa May?”
A colíder dos Verdes, Caroline Lucas sublinhou que “a primeira regra de liderança é a de dar a cara”. “Não se pode dizer que é é a eleição mais importante da nossa vida e não se dar ao trabalho de aparecer”, acrescentou a candidata ecologista.
Five key themes from last night’s election debate showdown #BBCDebate#GE2017https://t.co/TuNgXMOlHO
— BBC News (UK) (@BBCNews) 1 de junho de 2017
A candidata do partido galês Plaid Cymru, Leanne Wood, considerou que May faltou ao debate porque a respetiva “campanha de ‘soundbites’ está a ruir.”
Angus Robertson, líder do Partido Nacional Escocês, acusou a líder dos “Tories” de não ter coragem e atacou Amber Rudd devido aos cortes nos subsídios dos combustíveis de inverno junto dos pensionistas em Inglaterra.
Corbyn optou por focar-se nas críticas ao impacto social negativo das políticas do governo de May e propôs-se, por exemplo, a aumentar o rendimento mínimo para as 10 libras/ hora (11,5 euros/ hora) até 2020.
A representante dos Conservadores falou numa “coligação do caos em ação” e garantiu que Theresa May tem a força necessária para conduzir o Reino Unido através do processo de “Brexit.”
Nas sondagens, os “Tories” continuam a perder terreno, mas continuam a liderar o favoritismo para reconduzir May na liderança do governo.