do Movimento de Mulheres Indianas Muçulmanas, Zakia Soman. O Governo indiano tem agora seis meses para proceder aos trâmites necessários para alterar a lei.
O divórcio por “triplo talaq” é ilegal na Índia.
O Tribunal Constitucional do país declarou, esta terça-feira, que não está de acordo com a lei a prática que permitia aos homens muçulmanos divorciarem-se quase automaticamente.
A decisão dos cinco juízes, de diferentes credos, surgiu em resposta a petições de várias mulheres muçulmanas divorciadas pela prática do “triplo talaq”
#BREAKING | Supreme Court declares triple talaq unconstitutional, strikes it down by 3:2 majority https://t.co/3IyaTsYBmT#TripleTalaqpic.twitter.com/4M5tWaXwon
— Times of India (@timesofindia) August 22, 2017
“É um dia muito feliz, para nós. É um dia histórico. Não diria que termina aqui. De facto, deve ser retomada uma batalha adequada, mais longa, para a reforma social, para a capacitação, para a consciencialização, para a educação”, afirma a cofundadora do Movimento de Mulheres Indianas Muçulmanas, Zakia Soman.
O Governo indiano tem agora seis meses para proceder aos trâmites necessários para alterar a lei.
A prática do “triplo talaq” permite aos homens repudiarem e divorciarem-se das mulheres repetindo, três vezes, a palavra “talaq” ou divórcio em árabe.
As palavras não precisam ser proferidas presencialmente. Pode ser utilizado o telefone, mensagem de texto, skype ou, mesmo, as redes sociais.
Mais de 20 países, incluindo dos vizinhos Paquistão e Bangladesh, baniram a prática. Mas a mesma manteve-se na Índia sob a proteção de leis que permitem aos muçulmanos, cristãos e hindus seguir as suas leis religiosas em matérias como casamento, divórcio, heranças e adoção.
Mais de 170 milhões de muçulmanos na Índia são sunitas governados pela chamada “lei pessoal muçulmana”, fortemente influenciada pela lei islâmica (ou ‘sharia’), para questões familiares e disputas.
Com: Reuters, EFE, Lusa